Notícia
Chegou finalmente o momento dos carros inteligentes?
Os carros inteligentes são o grande projecto da indústria automóvel mas também da tecnológica para 2016. GM, Ford, Tesla, Google e Apple aceleram para pôr veículos sem condutor nas estradas.
A administração norte-americana anunciou a injecção de 4 mil milhões de dólares (3,66 mil milhões de euros) na indústria para acelerar os testes com carros autónomos, escreve o Financial Times esta sexta-feira, 15 de Janeiro.
Além do investimento, o secretário dos transportes norte-americano, Anthony Foxx, disse no Detroit Auto Show que iria propor novos princípios para a "operação segura de veículos totalmente autónomos" dentro de seis meses com nova legislação.
"Estamos à beira de uma nova era nas tecnologias automóveis com grande potencial para salvar vidas, reduzir o efeito de estufa e transformar a mobilidade dos americanos", referiu Anthony Foxx citado pelo Financial Times.
A administração de Barack Obama vai destinar 4 mil milhões de dólares do orçamento para a indústria para os próximos 10 anos.
A General Motors (GM), a Ford e a Tesla já anunciaram os seus planos, enquanto os rumores de que a Apple estará pronta a investir nesta tecnologia começam a adensar-se.
A GM anunciou uma parceria com o serviço de boleias Lyft, que rivaliza com a Uber, para desenvolver uma frota de automóveis inteligentes e totalmente autónomos que possam transportar os clientes através da aplicação da Lyft. A GM vai ainda investir 500 milhões de dólares (460 milhões de euros) na empresa de boleias norte-americana.
Também a Ford anunciou que ia triplicar a sua frota de veículos autónomos para testes, chegando aos 30 carros inteligentes já no final do ano, o que faz com que a Ford venha a ter a maior frota de automóveis inteligentes de todas as fabricantes. A Ford vai testar a nova frota durante este ano na Califórnia, no Michigan e no Arizona.
As tecnológicas também querem entrar na indústria dos carros sem condutor. A Google está à procura de fabricantes automóveis com quem fazer parceria na unidade de veículos autónomos. A tecnológica norte-americana quer apresentar novidades ainda este ano e está a promover encontros com várias fabricantes automóveis com o objectivo de desenvolver carros autónomos que reduzam os acidentes e aumentem a mobilidade dos idosos e das pessoas com deficiência.
A Apple ainda não confirmou as suas intenções, mas os rumores de que pode entrar também neste segmento começam a adensar-se. Já em Janeiro, a marca da maçã anunciou a compra de uma start-up que reconhece expressões faciais e o Financial Times diz que esta tecnologia servirá para aplicar nos automóveis do futuro. Em Outubro, o líder da empresa, Tim Cook, previa "grandes, grandes mudanças na indústria [automóvel]" e em Setembro, o Wall Street Journal dizia que a marca norte-americana queria lançar um carro eléctrico até 2019.
Esta semana, Elon Musk, líder da Tesla Motors, declarou, à BBC, que os planos da Apple "não são segredo nem são uma ameaça". "É muito difícil esconder algo se se está a contratar milhares de engenheiros", referiu.
A Tesla apresentou uma tecnologia que permite aos automobilistas chamar o próprio carro, com o veículo a ser capaz de conduzir sozinho até um máximo de 10 metros até chegar ao dono. A marca diz que este sistema estará no mercado ainda este ano.
A Faraday Future, rival da Tesla, apresentou na CES 2016 o protótipo de um carro com "sexto sentido", o "FFZERO1". Além da capacidade de se adaptar a cada condutor com um smartphone incorporado no volante, é eléctrico e pode também viajar autonomamente, sem condutor.
A Business Insider diz que ainda há três barreiras a impedir que os carros sem condutor vão já para a estrada: os altos preços das componentes tecnológicas dos carros inteligentes, a pouca confiança que os consumidores ainda têm nestes veículos e as regulamentações ainda inexistentes. Até agora, o estado norte-americano da Califórnia é o único a propor uma nova regulamentação para os carros autónomos.
No último discurso do Estado da União de Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos da América referiu-se à necessidade de desenvolver "um sistema de transportes do século XXI". As empresas já se movem nesse sentido e, com os incentivos americanos, os automóveis do futuro parecem estar cada vez perto.
A publicação norte-americana Business Insider diz mesmo que as exportações de carros inteligentes podem ultrapassar os cinco milhões de unidades em 2020.