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Elon Musk "está safo, por agora"

O presidente executivo da Tesla esteve hoje em tribunal, depois de a autoridade reguladora do mercado de capitais dos EUA ter pedido que Musk fosse acusado de desrespeito. Mas a juíza que avaliou o processo quer que as duas partes se entendam a bem.

04 de Abril de 2019 às 23:38
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Elon Musk esteve esta quinta-feira a ser ouvido num tribunal federal, em Manhattan (Nova Iorque). Em causa esteve o facto de a Securities and Exchange Commission (SEC) – autoridade reguladora do mercado de capitais norte-americano, equivalente à CMVM em Portugal – ter pedido em finais de fevereiro à justiça norte-americana para acusar de desrespeito o presidente executivo da Tesla por violação de uma ordem do tribunal.

 

Segundo a SEC, Musk violou o que ficou acordado no ano passado, já que no dia 19 de janeiro publicou um tweet "inexato" sobre a produção da Tesla. E o que tinha ficado acordado era que o CEO da Tesla não poderia "tweetar" sem supervisão.

 

Recorde-se que no ano passado Musk publicou muitos "tweets" que fizeram oscilar o valor das acções. O mais polémico, e o que esteve no centro das atenções – tendo dado origem a um processo do regulador de capitais dos EUA – foi o que apontou para a saída de bolsa da fabricante de automóveis, com o CEO a avançar mesmo com valores. Acontece que nada se concretizou nem havia financiamento garantido para tal operação. A SEC decidiu processar Musk, alegando fraude com acções. E determinou que Musk teria de abandonar o cargo de "chairman" da empresa, mantendo-se como presidente executivo.

 

Além disso, a Tesla e Musk foram condenados ao pagamento de 20 milhões de dólares cada um. A SEC determinou ainda que a Tesla teria de nomear dois novos directores independentes e implementar controlos para monitorizar as comunicações do CEO.

 

Agora, a entidade reguladora apontava o dedo a Musk por ter escrito em janeiro que a Tesla fabricaria "cerca" de 500.000 veículos em 2019, tendo clarificado horas depois que "queria dizer" que o ritmo anualizado de produção da empresa no final de 2019 poderia rondar o meio milhão de automóveis – uma taxa de produção de 10.000 carros por semana. As vendas totais para 2019 ainda estão estimadas em 400.000, esclareceu o CEO.

 

Mas a SEC não queria deixar passar isto em branco. "Musk não procurou nem recebeu pré-aprovação para publicar este tweet, que era inexato e foi disseminado a mais de 24 milhões de pessoas", escreveu a reguladora do mercado de capitais no pedido que deu entrada em tribunal.

A moção da SEC pedia ao tribunal que emitisse uma ordem imputando a Musk a obrigação de demonstrar por que motivo não deve ser acusado de desrespeito por violação do que ficou estabelecido. A relação entre a SEC e Musk voltava, assim, a azedar.

Na audiência de hoje, a juíza Alison Nathan decretou que ambos os lados devem tentar chegar a um entendimento, tendo-lhes dado duas semanas para limarem as suas diferenças. Se isso não acontecer, decretará então se Musk violou ou não o acordo definido com a autoridade reguladora. Musk ficou assim "safo, por agora", como refere a Reuters.

Apesar de ter ficado a salvo de uma condenação na justiça, o dia trouxe outros dissabores a Elon Musk. A Tesla anunciou hoje ter fechado o primeiro trimestre do ano com vendas abaixo das estimativas do mercado. Além de ter falhado as previsões, admitiu ainda que estes números possam ter um impacto negativo nos lucro.

 

As ações reagiram mal em bolsa a estes dados. A Tesla encerrou a cair 8,23% para 267,78 dólares depois de ter chegado a afundar mais de 11%.

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