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Elon Musk entre especialistas e líderes que pedem "pausa de seis meses na IA"
"Corrida perigosa" e "riscos para a sociedade" são algumas das palavras que constam da carta aberta publicada esta quarta-feira pela organização "Future of Life Institute". São mais de mil os especialistas e líderes que a subscrevem, entre os quais Elon Musk.
São mais de mil os especialistas de tecnologia e dirigentes de empresas na área que pedem "uma pausa, de pelo menos seis meses", no desenvolvimento de novos sistemas de inteligência artifical que queiram copiar e melhorar o que o GPT-4 - modelo de linguagem da OpenAI utilizado no ChatGPT - faz. Em causa, alegam, estão riscos para a sociedade.
Entre os nomes, está o de Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, o de Carlos Sierra, presidente da Associação Europeia de Inteligência Artificial, e até um português, Luís Moniz Pereira, professor da Universidade Nova de Lisboa.
"Nos últimos meses temos visto laboratórios de IA numa corrida sem controlo para desenvolver e disponibilizar cada vez mais mentes digitais poderosas que ninguém - nem os seus criadores - compreendem ou controlam", pode ler-se na carta.
"Inteligência Artificial avançada pode representar mudanças profundas na história do planeta Terra, que devem ser planeadas e geridas", acrescentam, sublinhando que"infelizmente, este nível de planeamento e gestão não tem acontecido".
Os especialistas e dirigentes vão mais longe e defendem que, se os laboratórios não cumprirem esta pausa, "os governos devem intervir". "Sistemas de Inteligência Artificial com inteligência competitiva podem apresentar riscos profundos à sociedade e humanidade", afirmam.
O ChatGPT, da Microsoft, ou o Bard, da Google, são apenas dois nomes que dão "rosto" a várias das ferramentas de Inteligência Artificial lançadas nos últimos meses. Certo é, que estas começaram a dar exemplos das tais proezas que a tecnologia consegue fazer: mais do que pesquisar, criar.
A carta surge, aliás, numa altura em que os governos tentam regular esta área. Na União Europeia, os legisladores lutam para chegar a um consenso no que ao "Act IA" diz respeito. A Comissão Europeia apresentou uma proposta rascunho há praticamente dois anos, de forma a "garantir a proteção dos direitos fundamentais e a segurança dos utilizadores".