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China quer que inteligência artificial reflita valores socialistas fundamentais

A ferramenta norte-americana ChatGPT, lançada em novembro de 2022 e capaz de elaborar, em segundos, respostas detalhadas sobre uma vasta gama de assuntos, está a ser observada com interesse na China.

Thomas Peter / Reuters
11 de Abril de 2023 às 12:17
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A China quer que as ferramentas de inteligência artificial reflitam "valores socialistas fundamentais", segundo um projeto de regulamento divulgado esta terça-feira, no meio de um frenesim dos operadores chineses para conceber aplicações do tipo ChatGPT.

A ferramenta norte-americana ChatGPT, lançada em novembro de 2022 e capaz de elaborar, em segundos, respostas detalhadas sobre uma vasta gama de assuntos, está a ser observada com interesse na China. A interface não está disponível no país, mas o ChatGPT é objeto de inúmeros artigos e discussões nas redes sociais, e os gigantes tecnológicos locais estão a competir para conceber ferramentas equivalentes na China.

O motor de busca Baidu foi um dos primeiros grupos chineses a posicionar-se neste nicho, a que se juntou o campeão da Internet e dos jogos de vídeo Tencent e o pioneiro do comércio eletrónico Alibaba.

No meio da euforia que rodeia a chamada inteligência artificial generativa, a China quer regular esta tecnologia. Antes de serem disponibilizados, os produtos que utilizam inteligência artificial generativa terão de "procurar uma inspeção de segurança", segundo o projeto de regulamento da Administração do Ciberespaço da China, citado pela agência francesa AFP.

O regulador, que está a submeter o texto para comentários públicos antes de ser adotado, não especifica quando é que o regulamento entrará em vigor.

O conteúdo gerado pela inteligência artificial deve "refletir valores socialistas fundamentais e não deve conter [elementos relativos] à subversão do poder do Estado", lê-se no projeto de regulamento. O projeto visa assegurar "o desenvolvimento saudável e a implementação 'standard' da tecnologia de inteligência artificial generativa", de acordo com o regulador da Internet na China.

A China pretende tornar-se o líder mundial em inteligência artificial até 2030, o que deverá revolucionar uma série de setores, incluindo as indústrias automóvel e médica.

O motor de busca Baidu foi o primeiro no país a anunciar que estava a trabalhar num equivalente local ao ChatGPT. Apresentado à imprensa em março, Ernie Bot, que opera em mandarim e se dirige exclusivamente ao mercado chinês, está atualmente apenas disponível em versão beta.

O gigante retalhista 'online' Alibaba revelou hoje a sua versão, o "Tongyi Qianwen" (máquina que sabe tudo).

Na corrida pela inteligência artificial, o principal desafio para os programadores chineses é o de encontrar um robô de conversação que tenha um bom desempenho, mas que não se afaste do rigoroso quadro de conteúdo permitido.
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