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Criador do ChatGPT diz que colegas muçulmanos não se manifestam por medo de retaliação

Sam Altman pede empatia para com os membros da comunidade muçulmana no mundo da tecnologia, que diz sentirem-se “desconfortáveis” em falar sobre o conflito em Gaza com receio de prejudicarem a carreira.

Dado Ruvic / Illustration / Reuters
05 de Janeiro de 2024 às 14:53
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O conflito Hamas-Israel perdura há 91 dias e já matou mais de 22 mil palestinianos, quase 1% da população de Gaza, segundo o Ministério da Saúde. Desde o ataque do grupo radical Hamas a Israel, o antissemitismo e a islamofobia aumentaram "acentuadamente" nos Estados Unidos, afirmam defensores dos direitos humanos.

 

Esta quinta-feira, 4 de janeiro, o CEO do OpenAI usou a rede social X (antigo Twitter) para lamentar o facto de os colegas muçulmanos na indústria tecnológica se sentirem apreensivos em falar sobre a guerra no Médio Oriente, com receio de terem a carreira prejudicada.

 

"Colegas muçulmanos e árabes (especialmente palestinianos) da comunidade de tecnologia com quem conversei sentem-se desconfortáveis em falar sobre as suas experiências recentes, muitas vezes por medo de retaliação e de perspetivas de carreira prejudicadas", escreveu Altman na rede social.

 

O criador do ChatGPT, que a poucos dias de 2024 foi processado pelo The New York Times por alegada violação de direitos de autor, pediu empatia para com os membros da comunidade muçulmana. "A nossa indústria deve estar unida para apoiar estes colegas; é um momento atroz. Continuo a esperar paz real e duradoura e que, entretanto, possamos tratar-nos uns aos outros com empatia", lamentou.

 

Na mesma rede social, um utilizador questionou Altman sobre como se sentia em relação às experiências da comunidade judaica, ao qual o CEO respondeu: "Sou judeu. Acredito que o antissemitismo é um problema significativo e crescente no mundo, e vejo muitas pessoas na nossa indústria a defender-me, o que aprecio profundamente. Vejo muito menos disso para os muçulmanos."

 

Em dezembro, o Conselho para as Relações Americano-Islâmicas recebeu 2.171 queixas de atos anti-muçulmanos ou anti-palestinianos desde o início da guerra, uma subida de 172% em relação aos anos anteriores.

 

Respondendo a uma alegação de que o ChatGPT faz piadas sobre o povo judeu, mas não sobre os muçulmanos, o CEO da OpenAI disse ainda que "ambos ou nenhum deveriam ser permitidos, é claro".

 

Os principais executivos da tecnologia pouco têm dito sobre a guerra em Gaza desde outubro. Elon Musk, CEO da Tesla e proprietário do X, visitou Israel em novembro depois de ser criticado por promover o antissemitismo na rede social que detém. O bilionário reiterou que o Hamas também deveria ser "erradicado" do online. Musk pediu o fim da "propaganda que convence as pessoas a envolverem-se em assassinatos", acrescentando: "Aqueles que têm a intenção de cometer assassinatos devem ser neutralizados."

*Texto editado por Inês Santinhos Gonçalves

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