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Apostas no jogo online em Portugal crescem mais do que em Espanha e França

O volume de apostas feito pelos portugueses no jogo online aumentou 37,3% no ano passado, um crescimento superior ao registado em países como Espanha e França. A APAJO estima que existam 390 mil a 590 mil jogadores em Portugal.

04 de Junho de 2019 às 13:01
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O montante apostado pelos portugueses no jogo online no ano passado somou 2.432,1 milhões de euros, uma subida de 37,3% face a 2017. Esta taxa de crescimento supera a registada em países como Espanha e França, segundo um estudo apresentado esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Apostas e Jogo Online (APAJO) em colaboração com a consultora Winning Scientific Management.

De acordo com o estudo, o volume de apostas aumentou em 661,3 milhões de euros no ano passado, enquanto as receitas brutas - que abatem ao volume de apostas os prémios distribuídos - cresceram 24,2%, atingindo os 152,2 milhões de euros. Já a receita fiscal decorrente do Imposto Especial sobre o Jogo Online (IEJO) somou 66,5 milhões de euros, mais 22,7% do que em 2017.

O presidente da APAJO, Gabino Oliveira, sublinhou que os dados do estudo mostram que o mercado português do jogo online se encontra em crescimento e evolui em linha com os restantes mercados europeus analisados, que incluem Espanha, França, Itália e o Reino Unido.

O estudo apresentado estima que o número de apostadores únicos em Portugal se situe nos 590 mil, tendo Gabino Oliveira indicado que, apesar de não existirem dados oficiais, o valor se situará "provavelmente" no intervalo de 390 mil a 590 mil jogadores.

O relatório assume como cenário mais provável a existência de duas contas por jogador, o que significa que o universo de apostadores seja de 590 mil. Com base neste número, a taxa de penetração, que mede o número de jogadores por população adulta, cifra-se em 6,9%, um valor superior aos registados em França (5,1%), Itália (4,3%) e Espanha (3,7%), mas muito abaixo do Reino Unido, onde a taxa atinge os 17%.

Ainda com este cenário, o estudo indica que a receita bruta gerada por jogador se situa nos 257,53 euros, o valor mais baixo dos países analisados, onde este montante varia entre os 401,28 euros em Espanha e os 713,99 euros no Reino Unido.

Já a receita por jogador sobre o rendimento disponível situa-se em 2,4%, valor idêntico ao de Espanha.

O responsável destacou também o interesse que o mercado português desperta junto de operadores internacionais, indicando que estará para breve a entrada de mais operadores em Portugal. Atualmente existem 11 operadores licenciados, que possuem 18 licenças emitidas pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ).

O estudo identifica diversas áreas em que Portugal poderá melhorar, com destaque para a transparência e detalhe da informação reportada pelo regulador, a adoção de medidas para combater o "mercado negro" como a divulgação de uma "blacklist pública" e o bloqueio de pagamentos.

Sobre o mercado ilegal, Gabino Oliveira reiterou que a APAJO considera "pouco credíveis" as informações de que este representaria mais de 50% do mercado. Embora ressalvando que "é muito difícil medir o mercado ilegal", o presidente da APAJO acredita que o valor é "seguramente inferior a 50%" e, se estiver em linha com os outros países, se situará entre os 20% e os 30%. 

Considerando o intervalo entre 20 e 30%, o volume de apostas em operadores ilegais de jogo online no ano passado terá sido entre 600 e 1.000 milhões de euros.

Por último, embora não disponha de dados oficiais, Gabino Oliveira referiu que "pelas indicações que temos" o primeiro trimestre deste ano "correu de forma bastante positiva".
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