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Amazon enfrenta pressão recorde dos acionistas para melhorar condições de trabalho
Gigante mundial do retalho pediu aos acionistas para não aprovarem resoluções, mas muitos parecem decididos a fazer o contrário.
A Amazon vai enfrentar 14 propostas por parte de acionistas ativistas na reunião anual de acionistas esta quarta-feira. Este é um recorde para a empresa, numa altura em que têm vindo a aumentar as preocupações com o tratamento dos trabalhadores.
O aumento deste tipo de resoluções, que tem em vista melhorias ao nível dos critérios ambientais, sociais e de governação empresarial (ESG), estão a ser cada vez mais comuns, com os acionistas a pressionarem por uma maior responsabilização por parte das empresas.
É o que parece estar a acontecer com a gigante tecnológica. Das 14 resoluções propostas, 10 prendem-se com direitos dos trabalhadores e outras questões sociais, nomeadamente pedidos de relatórios mais frequentes sobre a saúde, a segurança e o tratamento dos trabalhadores nos armazéns.
A Amazon pediu aos acionistas o voto contra, justificando que as preocupações referidas já foram e continuam a ser devidamente endereçadas. A gigante norte-americana do e-commerce tem a segunda maior percentagem mundial de acionistas (cerca de 32%) que são fundos ESG, apenas atrás da Microsoft.
A Amazon é também a segunda maior empregadora nos Estados Unidos e assistiu em abril à criação do primeiro sindicato de trabalhadores da empresa. À agência Reuters, Brandon Rees, diretor-adjunto do maior sindicato dos Estados Unidos afirma que "os direitos dos trabalhadores estão enterrados no ‘S’ de ESG" - e que espera que estes fundos possam apoiar mais resoluções centradas no trabalho.