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A robotização e a inteligência artificial vão acelerar em 2018?

Haverá cada vez mais processos, aplicações e produtos com inteligência artificial. Mas ainda se antecipam efeitos positivos. Até porque haverá emprego criado para responder a estes desenvolvimentos tecnológicos.

SOPHIA
'NÃO TEMOS O OBJECTIVO DE DESTRUIR O MUNDO, MAS VAMOS TIRAR-VOS OS EMPREGOS' 

A inteligência artificial foi um dos temas em destaque este ano no Web Summit. O robô Sophia voltou ao palco nesta segunda edição, agora já com o estatuto de cidadã da Arábia Saudita. 'Muitos têm medo de que os robôs possam destruir as suas vidas e roubar-lhes os empregos. Nós não temos o objectivo de destruir o mundo, mas vamos tirar-vos os empregos.' O discurso é lógico e articulado. Sophia fez-se acompanhar de outro robô, o professor Einstein, e de Ben Goertzel, fundador e CEO da SingularityNET, de software de robôs. Desenvolvida pela Hanson Robotics, com sede em Hong Kong, Sophia está equipada com inteligência artificial e não deixou dúvidas: 'A vida é boa.'
Bruno Simão/Negócios
29 de Dezembro de 2017 às 13:00
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Teve impacto a declaração no Web Summit da robô Sophia de que os humanóides não vão destruir o mundo, mas vão roubar os empregos. Uma realidade que já se vai fazendo notar em alguns sectores, e que vai continuar. Portugal estará mais exposto por ter muito emprego não qualificado. O "think tank" Bruegel calculou em 2014 que o risco de computerização em Portugal ascende a 58,9%.

A nível global, a McKinsey projectou que, em menos de 40 anos, vão desaparecer 1,2 mil milhões de empregos, sendo que 62 milhões de postos de trabalho serão automatizados na Europa até 2055.

Para já, a Fujitsu antecipa um efeito positivo da inteligência artificial (IA) na força laboral. É que "todo um novo mercado de empregos baseados em IA irá emergir, e a tecnologia não será ainda suficiente para substituir de forma significativa a mão-de-obra humana", assinala nas projecções para o próximo ano Joseph Reger, da empresa tecnológica, que, no entanto, antecipa que "à medida que os sistemas de IA forem automatizando cada vez mais os empregos tradicionais, tal poderá mudar e transformar-se num desafio até 2020".

Para Portugal, a IDC prevê que, em 2020, 30% das iniciativas de transformação digital tenham incorporado algum tipo de inteligência artificial e que quase 50% das aplicações empresariais comercializadas envolvam IA. Além disso, refere Gabriel Coimbra, da IDC, prevê-se que 20% dos novos robôs industriais tenham sistemas de IA para desenvolverem análise preditiva, autodiagnóstico, aprendizagem entre pares, etc.

E é para atingir estes números que há investimentos a serem feitos pelas empresas na automatização e processos inteligentes. Um inquérito da Fujitsu dá conta que, a nível mundial, cerca de metade dos líderes empresariais pretende investir na internet das coisas (51%) e na inteligência artificial (47%) nos próximos doze meses. Mas, alerta a Fujitsu, "as empresas vão precisar de enfrentar desafios que vão muito para além da tecnologia". As competências digitais dos seus empregados são um desses desafios. Mas antecipa-se com este novo mundo mudanças ao nível de modelos de negócio. Há sectores particularmente expostos, como o financeiro ou o do retalho. Com a emergência da robotização e da inteligência artificial, o debate ético tende, também, a aumentar.
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