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33N de Carlos & Carlos capta 50 milhões para investir em cibersegurança
O primeiro fundo da capital de risco criada por dois ex-homens Sonae, em parceria com a espanhola Alantra e que conta com a “private equity” da CGD como investidor estratégico, vai concentrar-se em investimentos de Série A e B, com um “ticket” médio de 10 milhões de euros.
Porto, outubro de 2022: Carlos Alberto Silva e Carlos Moreira da Silva, que tinham acabado de sair da Sonae IM (atual Bright Pixel Capital), o braço de investimento tecnológico do grupo controlado pela família Azevedo, para pedalar a sua própria bicicleta empresarial, lançavam oficialmente a capital de risco 33N Ventures.
Com sede na cidade do Porto, e em parceria com a gestora espanhola de ativos Alantra, a 33N sinalizava como objetivo o levantamento de 150 milhões de euros para a criação do seu primeiro fundo, que iria focar-se no investimento em empresas de cibersegurança na Europa, Israel e Estados Unidos.
Março de 2023: a capital de risco liderada pela dupla conhecida por Carlos & Carlos anunciava a conclusão da sua primeira operação, ao liderar a ronda de investimento na israelita Panorays, "uma empresa líder na gestão de risco de terceiro (‘Third Party Risk Management’) com o potencial de se tornar na plataforma de referência", afiançou, na altura, Carlos Alberto Silva.
10 de janeiro de 2024: "A 33N (33N Cybersecurity and Infrastructure Software Fund, F.C.R.E.), o Fundo Europeu de capital de risco especializado em cibersegurança e software de infraestrutura, com investimentos globais, anuncia ter concluído a captação de 50 milhões de euros, com contribuições significativas da Caixa Capital, Golden Wealth Management e de fundadores de empresas incluídas nos portfolios anteriores da equipa", revela a empresa, em comunicado.
"A capacidade de investimento inclui o comprometimento inicial de 20 milhões de euros da Alantra e da companhia de Seguros Mutua Madrilena", nota a 33N, assim batizada porque o paralelo a 33 graus a norte do plano equatorial terrestre atravessa os Estados Unidos, Portugal (a ilha de Porto Santo) e Israel.
A capital de risco sediada no Porto realça que a Caixa Capital, empresa de "private equity" da Caixa Geral de Depósitos (CGD), entrou como "investidor estratégico", contribuindo "não apenas com um compromisso financeiro significativo, mas também nomeando um membro para o Comité Estratégico da 33N".
Uma presença estratégica que, segundo a capital de risco, aporta "uma valiosa visão sobre cibersegurança e sobre os desafios de um grande ‘player’ na indústria financeira, ao mesmo tempo que aumenta a visibilidade da CGD sobre o ecossistema de cibersegurança através da vasta rede da 33N e do acesso direcionado a empresas emergentes inovadoras de cibersegurança".
"Bem posicionada para atingir a meta definida de 150 milhões de euros"
A propósito, a 33N diz que "conta com o apoio de uma rede global de mais de 30 empreendedores, especialistas e decisores líderes em diversas áreas da indústria, seja como parte do Comité Estratégico ou como membros do Conselho Consultivo, incluindo os fundadores das anteriores empresas do portfólio da equipa, que também contribuíram com uma parte significativa do capital angariado".
Um contexto que, para a 33N, "representa uma extraordinária validação da estratégia de investimento e de proposta de valor oferecida às empresas do portfólio na sua expansão comercial pela Europa, enquanto ganham escala global".
A capital de risco de Carlos & Carlos considera-se assim "bem posicionada para atingir a meta definida de 150 milhões de euros", contando para o efeito "com importantes investidores que estão a avaliar a oportunidade que a 33N representa".
Entre estes investidores "incluem-se grandes fundos públicos bem como investidores institucionais e corporativos", afiança, considerando que, "apesar do atual ambiente de captação de recursos ser particularmente desafiador, a cibersegurança tem uma importância crítica num contexto geopolítico em constante evolução, impactando organizações privadas e públicas a diversos níveis".
O objetivo passa por "expandir globalmente os esforços de captação de recursos junto de investidores que procuram exposição à Europa", lembrando que, "cada vez mais investidores dos Estados Unidos, Médio Oriente e APAC reconhecem a Europa como um dos mercados de cibersegurança e software de infraestrutura mais significativos e de crescimento mais rápido, com abundante talento e que estão a desenvolver startups promissoras".
Mercado da cibersegurança vale mais de 200 mil milhões de euros
A 33N visa "investir globalmente em empresas de cibersegurança e software de infraestrutura, beneficiando de uma tendência crescente num mercado que, apenas na área da cibersegurança já representa mais de 200 mil milhões de euros", com o fundo a "concentrar-se principalmente em investimentos de Séries A e B, com um tamanho médio de investimento de cerca de 10 milhões de euros".
"Estamos entusiasmados por alcançar este importante marco com o bem-sucedido primeiro financiamento do fundo", afirma Carlos Alberto Silva, cofundador e managing partner da 33N Ventures, que acredita que "o sólido apoio e os compromissos recebidos refletem a confiança na equipa e na estratégia de investimento centrada na cibersegurança e em software de infraestrutura".
"Estamos muito satisfeitos com o investimento dos nossos fundadores e de outras entidades dentro do nosso ecossistema que se juntaram a nós nesta jornada", acrescenta Carlos Moreira da Silva, o outro cofundador e managing partner da 33N. "O apoio do nosso Comité Estratégico e do Conselho Consultivo valida ainda mais a nossa visão e fortalece a capacidade de identificar e promover empresas de alto crescimento com potencial global", remata.
Ao serviço da Sonae, Carlos & Carlos Moreira da Silva realizaram "mais de 20 investimentos em cibersegurança e software de infraestrutura ao longo dos últimos 10 anos, em todo o mundo - incluindo empresas como a Feedzai, Outsystems e Arctic Wolf, o unicórnio de cibersegurança fundado em 2012 pelo empresário de cibersegurança Brian NeSmith", tendo também "concluído diversas saídas para empresas como a Thales e Qualcomm".
"Além do sólido histórico de investimentos, Carlos e Carlos aportam uma extensa experiência operacional no setor, tendo liderado um dos maiores grupos independentes de serviços de cibersegurança na Europa - que inclui a S21sec e a Excellium - a partir de 2014, supervisionando todo o processo desde a decisão de investimento até à saída", salienta a 33N.