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Investimento em drones começa a perder "altitude"
O financiamento às empresas que desenvolvem drones recuou no terceiro trimestre deste ano. Um indício que os investidores podem já ter voado para outros sectores.
A indústria dos drones pode já ter vivido dias melhores. O financiamento a estas indústrias recuou 59% no terceiro trimestre quando comparado com o período homólogo de 2015, de acordo com o relatório da KPMG International e CB Insights sobre as tendências das capitais de risco e citado pelo Market Watch. Comparando com o segundo trimestre, o investimento em drones desceu 48% de Julho a Setembro.
Este relatório indica ainda que no terceiro trimestre deste ano, foram realizados oito investimentos de capitais de risco neste segmento, o que se traduz num investimento de 55 milhões de dólares (mais de 50 milhões de euros ao câmbio actual). Este valor compara com os 106 milhões de dólares (mais de 96 milhões de euros) investidos no segundo trimestre em 13 negócios.
No terceiro trimestre do ano passado, foram investidos 134 milhões de dólares (mais de 122 milhões de euros ao câmbio actual) em 13 empresas relacionadas com drones, de acordo com a publicação norte-americana.
Alex Niehenke, investidor da Scale Venture Partners, disse à Market Watch que no ano passado havia uma entusiasmo exagerado com os drones e "agora estamos a começar a ver os líderes a surgirem".
Esta publicação avança inclusivamente que neste ano "na indústria dos drones foram definidos vencedores e derrotados". A Forbes avançou, citada por este meio de comunicação, que a 3D Robotics despediu mais de 150 pessoas depois de ter "queimado" mais de 100 milhões de dólares de financiamento de capital de risco. A fabricante de drones DJI, que está avaliada em 8 mil milhões de dólares (7,2 mil milhões de euros no câmbio actual), controla 70% do mercado de drones, de acordo com as estimativas da revista.
Um artigo do Business Insider de Fevereiro deste ano, começa por assinalar que, para sabermos qual o rumo que a indústria tecnológica vai tomar, devemos olhar para onde estão as capitais de risco a injectar dinheiro. E na altura, os drones eram um dos sectores que estava a ser alvo de atenção por parte dos investidores. O artigo de Fevereiro assinala ainda que as capitais de risco investiram em 2015 quatro vezes mais em start-ups relacionadas com drones que no ano anterior.
Um entusiasmo que parece agora estar a desvanecer, pelo menos junto dos fundos de capital de risco.