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Fundos de capital de risco de olhos postos nas start-ups europeias

Os fundos de capital de risco mudaram um pouco o foco da sua atenção. A Europa Ocidental começa a captar a atenção dos grandes fundos graças, nomeadamente, ao facto das start-ups serem mais baratas.

Bloomberg
18 de Novembro de 2015 às 15:30
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Silicon Valley, nos Estados Unidos, é a "casa" de várias das grandes empresas tecnológicas norte-americanas. É considerado como o principal "hub" do ecossistema das start-ups. Durante anos os fundos de capital de risco, uma das principais formas de financiamento das start-ups, estavam de olhos postos nesta zona dos Estados Unidos, financiando as suas empresas. Mas agora o radar foi alargado. A atenção não está apenas aí. Os fundos de capital de risco estão também de olhos postos na Europa Ocidental.

A Bloomberg publica esta quarta-feira, 18 de Novembro, um artigo onde aponta o motivo pelo qual a Europa Ocidental está também a captar a atenção de grandes investidores. A agência de informação escreve que as start-ups presentes em cidades como Berlim, Londres, Paris e Estocolmo "tipicamente são muito mais baratas do que as norte-americanas". Neste sentido, grandes empresas, como é o caso da Microsoft tem acesso a "talento técnico bem qualificado e a novas ideias por muito menos [dinheiro] que em negócios comparáveis em casa", isto é, nos Estados Unidos.

Além disso, há ainda outro ponto referido neste artigo. O capital de risco continua a ser relativamente escasso na Europa isto 15 anos depois de ter rebentado a bolha das "dot-com". E as start-ups precisam de dinheiro que as ajude a crescer.

John Somorjai, da Salesforce Ventures que em Outubro anunciou que tinha o compromisso de investir cem milhões de dólares na Europa, em declarações à Bloomberg, refere que "nunca" tinha visto uma época em que houvesse tanta inovação na Europa. "Cada vez que vou à Europa o meu calendário está cheio com empresas interessantes para conhecer e isso costumava ser difícil", disse.

Ainda assim, o Velho Continente continua a enfrentar as "dores do crescimento". O facto de, no passado, as start-ups terem objectivos locais e regionais, em vez do mercado global, atrasou o processo de expansão e é um dos pontos que pode ser associado às "dores do crescimento". Ainda assim, este cenário está em mutação pois vários fundos estão já a começar a "fazer dinheiro" com empresas sedeadas em Londres, Estocolmo e Berlim. Além disso, refere o artigo, a redução de postos de trabalho em grandes empresas transferiu vários funcionários da banca e de consultoras para o sector tecnológico.

Um desses casos foi a Nokia. A crise nesta empresa finlandesa levou a despedimentos que, por conseguinte, levou muitos dos seus antigos funcionários a criarem start-upsA crise "no ‘cluster’ da Nokia libertou centenas de engenheiros com experiência internacional no mercado. Estes engenheiros fundaram centenas" de novas empresas, afirma Stefan Lindstrom, da Embaixada da Finlândia em Portugal, em declarações ao Negócios em Março de 2014.

Há cada vez mais unicórnios

O número de start-ups com uma avaliação superior a mil milhões de dólares, ou seja consideradas unicórnios, tem vindo a crescer na Europa. Um estudo desenvolvido pela empresa britânica GP Bullhound – que presta aconselhamento estratégico em fusões e aquisições e em colocações privadas a empreendedores, empresas e investidores – em Junho mostra que há quatro dezenas de start-ups unicórnios na Europa.

Ciaran O’Leary, de um fundo de capital de risco alemão, citado pela Bloomberg, considera mesmo que "a Europa está agora sistematicamente a criar empresas de mil milhões de dólares". Durante os primeiros nove meses deste ano, os fundos de capital de risco injectaram 10 mil milhões de dólares em start-ups europeias. As empresas norte-americanas, por sua vez, receberam quase seis vezes mais, segundo dados da Preqin, citados pela Bloomberg. Nesta óptica, as empresas europeias são consideradas mais baratas que as dos Estados Unidos.

De acordo com o estudo da GP Bullhound, na Europa, o Reino Unido é o país com mais unicórnios: 17. Londres é considerada como um dos grandes "hub" de start-ups no Velho Continente.

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