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A crise da Nokia provocou uma "explosão" de start-ups

A Nokia é uma bandeira da Finlândia e a sua crise está agora a "libertar" muitos engenheiros.

Bloomberg
25 de Março de 2014 às 11:00
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Durante vários anos, a Nokia foi um dos principais símbolos da Finlândia. A empresa chegou a contribuir em cerca de 4% para o Produto Interno Bruto do país. Porém, em 2007, a Apple lançou o seu primeiro iPhone e o sistema operativo rival Android – adoptado por várias marcas – começou, também, a dar os primeiros passos. Estas mudanças nas comunicações móveis acabaram por traduzir-se no declínio da Nokia, que não acompanhou a evolução dos principais concorrentes.

Os efeitos deste atraso fizeram-se sentir. Em Julho de 2012, a tecnológica anunciou o corte de 10 mil postos de trabalho, sendo que cerca de 3.700 despedimentos teriam lugar na Finlândia.

A crise "no ‘cluster’ da Nokia libertou centenas de engenheiros com experiência internacional no mercado. Estes engenheiros fundaram centenas" de novas empresas, afirma Stefan Lindstrom, da Embaixada da Finlândia em Portugal, em declarações ao Negócios.

Um artigo da agência de notícias France Press (AFP), de Março de 2013, intitulado "engenheiros finlandeses descobrem que há vida depois da Nokia", ilustra esta realidade. A TreLab, uma start-up fundada por quatro antigos engenheiros da Nokia que cria dispositivos wireless, é um desses exemplos. E para o desenvolvimento da empresa, estes engenheiros beneficiaram do apoio da tecnológica. A empresa, quando precisou de cortar postos de trabalho, criou o "Nokia Bridge Program", uma iniciativa que ajuda os antigos funcionários a lançarem as suas empresas.

Cada um destes quatro fundadores da TreLab recebeu 20 mil euros ao abrigo deste programa. Além disso, estes ex-engenheiros – tal como outros empregados – puderam utilizar algumas tecnologias que desenvolveram na Nokia, sem terem de comprar as respectivas patentes.

Um outro caso é revelado pela BBC, num artigo publicado a 31 de Janeiro deste ano. Kimmo Koivisto, licenciado, sonhava em trabalhar na Nokia e conseguiu. Depois de alguns anos na empresa, a trabalhar com as equipas de pesquisa, a tecnológica começou a enfrentar tempos conturbados e Koivisto saiu. Apesar de não ter beneficiado do "Nokia Bridge", uma vez que deixou a empresa de forma voluntária, este finlandês acabou por formar a sua start-up. Em conjunto com dois colegas – antigos funcionários da tecnológica que receberam financiamento – criaram a Tellyo, uma empresa que desenvolveu uma aplicação que permite a gravação e partilha de clips (vídeos) televisivos com amigos.

Segundo números da Nokia, citados pela AFP, mais de mil start-ups tiveram acesso a este programa, sendo que 400 destas empresas estão localizadas em território finlandês.

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