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BlaBlaCar: Dar boleia para conquistar a Europa

A BlaBlaCar nasceu para oferecer uma alternativa aos meios habituais utilizados para fazer uma viagem ou uma deslocação. Cinco anos depois, já está em mais de uma dezena de países e emprega mais de cem pessoas.

Pedro Elias/Negócios
25 de Março de 2014 às 10:00
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Familiarizar os portugueses com o conceito de "ridesharing", ou seja, partilhar uma viagem e dividir os custos, é um dos principais desafios da BlaBlaCar em Portugal.

Nascida em França, em 2009, a empresa está, actualmente, presente em vários países europeus – incluindo Portugal – e emprega mais de uma centena de pessoas, estando a maioria na capital francesa.

Em Portugal, e apesar de ainda não terem um escritório, o site está disponível há cerca de ano. A opção de entrarem no mercado português prendeu-se com uma estratégia ibérica. "Estamos no mercado espanhol e não faria muito sentido estarmos em Espanha e não em Portugal", afirmou ao Negócios, André Rodrigues Pereira, gestor para Portugal, sustentando que muitas viagens ocorrem entre os dois países. "Neste momento, e dado o contexto económico em Portugal, faz sentido trazer uma solução para os portugueses que lhes permita poupar nas suas viagens", acrescentou.

Para pedirem ou oferecerem "boleia", os condutores e passageiros inscrevem-se no site e o condutor estabelece um preço para a viagem. Ainda assim, o valor pode sofrer alguns ajustes, embora não possa exceder o limite máximo estabelecido pela empresa.

"Mercados heterogéneos"

A BlaBlaCar está em 12 países europeus – incluindo Reino Unido, Alemanha e Holanda – e adaptar este conceito de partilha de viagens a realidades diferentes "é sempre um desafio". André Rodrigues Pereira explica que "os mercados são muito heterogéneos", por isso, quando entram em novos países optam por "recrutar pessoas locais" para trabalharem na empresa. "Muitas vezes até equipas que fizeram projectos semelhantes e, em regra geral, pessoas que são empreendedoras, que já mostraram no passado que têm um espírito dinâmico", acrescenta.

Há cerca de dois anos, esta start-up recebeu dez milhões de dólares (7,2 milhões de euros) da Accel Partners, um fundo de capital de risco sediado nos EUA, que apostou também no Facebook. No passado, a BlaBlaCar já tinha captado 2,5 milhões de dólares em financiamento.

 
"Não faria sentido estar em Espanha e não em Portugal"

Como é que surgiu a BlaBlaCar?

A [ideia da] BlaBlaCar surgiu no Natal [de 2008], quando o nosso fundador, Frédéric Mazzella, procurava transporte para ir ter com a família. Os comboios estavam cheios. Procurou na Internet por algum site que disponibilizasse lugares vagos em carros que fossem para o mesmo destino. Não encontrou e a partir daí começou a nossa história.

 

Porque entraram em Portugal?

Este modelo de negócio é facilmente replicável por outros. Por isso, é importante que beneficiemos do chamado "first mover advantage". Estamos no mercado espanhol e não faria muito sentido estarmos em Espanha e não em Portugal. Muitos membros viajam para Portugal e vice-versa. Neste momento, e dado o contexto económico em Portugal, faz sentido trazer uma solução para os portugueses que lhes permita poupar nas suas viagens.

 

Quais são os desafios?

O desafio, para já, é a própria geografia do País. Nós focamo-nos em viagens de longo curso. Num país pequeno torna-se mais raro o número de viagens possíveis de longo curso. Depois, [há] também o facto de os portugueses ainda não estarem muito familiarizados com o conceito de "ridesharing". Quando estamos a fazer publicidade ainda temos de fazer esforços no sentido de educar o público sobre o que é o "ridesharing".

 
O nascimento: Os comboios cheios do Natal

A BlaBlaCar nasceu em França de uma necessidade que o seu fundador, Frédéric Mazzella, teve: ir ao encontro da sua família para celebrar o Natal. "Os comboios estavam cheios e não havia lugares disponíveis. Procurou na Internet por algum site que disponibilizasse lugares vagos em carros que fossem para o mesmo destino. Não encontrou e a partir daí começou a nossa história", conta André Rodrigues. Desde então a viagem continuou e, actualmente, esta start-up já se expandiu para vários países europeus - 12 no total (Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Reino Unido, Polónia, Rússia, Ucrânia, França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo).

 

A BlaBlaCar criou já mais de uma centena de postos de trabalho, sendo que a maioria está localizada na capital francesa.

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Saber mais André Rodrigues gestor para Portugal da BlaBlaCar
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