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A notícia da morte do email é manifestamente exagerada
Por cada segundo, e mais de 52 mil “likes” feitos no Facebook, há 1,6 milhões de emails enviados. Parry Malm veio à conferência Upload, em Lisboa, explicar porque o correio electrónico é tudo menos "aborrecido".
Lembre-se da forma como entra na sua conta de Facebook, Twitter ou mesmo de LinkedIn. O que é que usa para se ligar a cada uma das redes sociais? O número de telemóvel, o "username"? O mais provável é que use mesmo o tradicional endereço de email de sempre. E isso é uma ferramenta de marketing digital que está a ser claramente desvalorizada.
Parry Malm, fundador e presidente da empresa de marketing digital Howling Mad, e ex-director da Adestra, relembrou este sábado, 4 de Outubro, que "todas estas redes sociais a única coisa que têm comum é o endereço de email [do seu utilizador]" que serve assim de verdadeiro "passaporte digital" na Internet. "Se não se tem email, não se existe na Net", parafraseou Parry Mal, um dos nove oradores da quarta edição da conferência Upload Lisboa, que se realizou durante todo o dia na Escola Superior de Comunicação social.
Perante uma plateia de cerca de 500 marketeers, o empreendedor defendeu a importância do correio electrónico, e como este acto, que atinge 1.672.000 envios por segundo actualmente em toda a Internet é fundamental para a comunicação das marcas, produtos e companhias: "the email is the killer app", afirmou em inglês, perante uma plateia maioritariamente abaixo dos 35 anos.
Se a ferramenta está actualmente desvalorizada no "ranking" de prioridades estratégicas dos profissionais de marketing, nomeadamente nos que se dedicam à comunicação digital, Parry Malm explicou o que pode ser feito para inverter rapidamente essa situação.
Assim, o fã de Megadeth que se classifica a si próprio como "anarquista digital", mas que tem no portefólio da Howling Mad a gestão de orçamentos de cinco milhões de libras para empresas de "software", dá três dicas como "recuperar" esta ferramenta para a estratégia do marketing digital.
Primeiro, faça um planeamento de marketing focado em dados dos potenciais consumidores utilizando o email em ferramentas que utilizam a tecnologia "CRM re-targeting" – disponível aliás de forma gratuita, através do "costume audience" do Facebook ou do "tailored audiences" do Twitter. As ferramentas podem inclusivamente ser utilizadas para escolher audiências "semelhantes" às directamente visadas em termos comportamentais.
Em segundo lugar, use "o email para mostrar como é único" – "a sua marca tem personalidade" – utilizando a "voz da marca" para gerar dinheiro. "E peça dinheiro, se não pedir não o vai obter!", recomendou aos presentes.
Finalmente, em terceiro lugar, reveja o público-alvo de acordo com os dados obtidos – "a pessoa viu o email? Fez click na sua página? Abandou o "site" sem comprar? Comprou alguma coisa – o quê? Abandonou as compras já no cesto "virtual"?
"Ninguém gosta de ser perseguido", muito menos na Internet, mas as companhias têm ferramentas, disponíveis para analisar o comportamento dos consumidores. Calibre as mensagens e a "mailing list", e volte a contactar os seus consumidores potenciais. O resultado do esforço de adequar a mensagem ao público-alvo será um aumento das vendas, concluiu Parry Malm.