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A onda "democrática" de Kelly Slater que vai atingir todo o mundo
É num lago artificial da Califórnia que o campeão mundial de surf, Kelly Slater, está a testar a onda perfeita, gerada pela tecnologia humana. Um conceito que tem gerado muita discussão, mas que pode levar o desporto a todo o mundo, mesmo aos países sem mar.
Todos os surfistas querem encontrar a onda perfeita, aquela que merece que se viaje até ao outro lado do mundo. Portugal é bem conhecido por isso e o "canhão" da Nazaré já correu mundo e trouxe até cá o aficionado Garret McNamara. Mas para Kelly Slater a ambição está em níveis estratosféricos. E portanto, a estrela do surf mundial resolveu criar a sua própria onda e vendê-la em todo o planeta.
Foi num Instagram cheio de grandes ondas naturais que o desportista mostrou a sua obra de arte: uma onda artificial "perfeita" pelos parâmetros dos surfistas. A versão, diz Slater ainda é "1.0" por isso imagine-se o que o surfista tem na calha.
A Kelly Slater Wave co. , empresa detida pelo desportista, ajudou a dinamizar este projecto, cujo primeiro produto foi filmado num lago artificial na Califórnia. À distância de um botão, todos os surfistas podiam ter a onda dos seus sonhos.
O projecto já deu frutos e a sociedade de Slater foi comprada pelo mesmo grupo que detém a World Surf League, o "campeonato" mundial do desporto. Em comunicado, a empresa deu conta do "sonho de vida e projecto de 10 anos", que o desportista desenvolveu.
"Enquanto surfar para mim será sempre algo relacionado com aventura, viagens e o oceano, esta onda traz uma nova oportunidades para o desporto, sem retirar a emoção que atraiu muitos de nós ao surf", disse Slater, citado no mesmo comunicado.
E explicou porque é que este conceito acaba por ser democrático. "Surfar grandes ondas num ambiente controlado adiciona uma nova dimensão, porque deixa de haver discussões por causa das ondas, não há chatices sobre quem teve a melhor – são todas boas. Toda a gente pode relaxar, divertir-se e focar-se em melhorar o seu surf", salientou Slater.
O lançamento do vídeo causou um verdadeiro burburinho na blogosfera do surf. A Bloomberg deu conta da especulação em torno desta tecnologia, desde os mais "puristas" preocupados com a integridade do desporto até outros que destacaram que iria fazer o desporto chegar a países que não têm mar.
A ideia surgiu em 2004, quando Slater teve conhecimento do conceito. Uns anos depois, com a ajuda de uma equipa da Universidade do Sul da Califórnia, o surfista conheceu Adam Fincher, do departamento de engenharia mecânica e aeroespacial da instituição, que, inicialmente, achou que a ideia era "doida". E Fincham acabou por fazer um estudo piloto, em 2007 que determinou que era possível.
Quanto aos custos, Slater diz que dependem do tamanho. "Tanto pode ser dois milhões como 20 milhões". E agora, que tem novos investidores, quem sabe quantos metros terá a onda perfeita de Slater?