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Fundo de 112 mil milhões de dólares quer limitar salários excessivos de CEO

Um dos maiores fundos de previdência da Europa juntou-se à lista de investidores que denunciam os executivos cujos salários consideram excessivos.

Reuters
24 de Junho de 2017 às 19:00
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A ATP, da Dinamarca, administra cerca de 112 mil milhões de dólares em activos. O último alvo público da empresa foi a Carlsberg. Na assembleia geral anual em Março, o fundo disse que os 36 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de cinco milhões de euros) pagos ao CEO Cees ‘t Hart em 2016 foram excessivos e lutou contra uma proposta de aumentar o componente variável. O pacote salarial foi finalmente aprovado por um conselho dominado pela Carlsberg Foundation, mas a ATP tinha enviado um sinal claro.

 

Christian Hyldahl, o dinamarquês de 52 anos que dirige a ATP na sede ao norte de Copenhague desde Janeiro, diz que quer usar o seu emprego para lançar uma luz sobre o que caracteriza como uma cultura salarial insustentável. Hyldahl considera que um CEO ambicioso coloca em risco a democracia e o capitalismo.

 

"Por que é que os funcionários devem ter aumentos salariais modestos ou nenhum se o CEO ganha cada vez mais e mais e mais", questionou Hyldahl em entrevista. "Há um grande problema de liderança. É preciso provar do próprio remédio."

 

Opiniões

 

A ATP, que decidiu tornar pública a sua opinião sobre os salários de executivos pela primeira vez no ano passado, está a juntar a sua voz a uma longa lista de fundos influentes que tentam limitar políticas de remuneração excessivas. O fundo de riqueza soberana da Noruega, de 960 mil milhões de dólares, o maior do mundo, sugeriu em Abril bloquear os pagamentos em acções durante uma década antes de permitir que um CEO recebesse o dinheiro. No Reino Unido, o Institute of Directors quer que o governo dê aos investidores mais poder para restringir o salário dos executivos.

 

Hyldahl diz que os EUA e o Reino Unido poderiam aprender com a cultura de salários nórdica. A região, famosa pelo generoso sistema de previdência social, pelos impostos elevados e pelas economias estáveis, ostenta algumas das sociedades mais igualitárias do mundo no que se refere à distribuição de rendimentos. Um ranking da OCDE mostra que a Dinamarca, a Noruega e a Islândia apresentam as menores falhas salariais do mundo rico. Já os EUA têm a terceira maior dos 36 países-membros da OCDE, superados apenas pelo México e pelo Chile.

 

O salário de 2017 do próprio Hyldahl foi fixado em 6,6 milhões de coroas dinamarquesas. O seu predecessor, Carsten Stendevad, ganhou 6,9 milhões de coroas no ano passado, aproximadamente um milhão de dólares, dos quais cerca de 150.000 dólares foram em benefícios para a reforma.

 

"Não estamos a dizer que os CEO não devem ser remunerados", disse Hyldahl. "Ainda estamos a falar de milhões de dólares. Eu diria que eles ainda vão poder comprar uma casa e um carro, e talvez até um barco."

 

Título original em inglês: A $112 Billion Fund Wants to Stop CEOs Making Too Much Money

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