Encontrar um local não foi tarefa fácil, cumprir todos os requisitos legais também demorou o seu tempo, tal como as obras realizadas no piso e meio do edifício ocupado pelo projecto, que foram profundas e implicaram um investimento superior a 150 mil euros. Mas valeu a pena esperar, garante Teresa Braga. "Nunca prescindimos de um conjunto de requisitos, por exemplo no que se refere à qualidade do espaço. Isso fez demorar a obra mas mereceu um resultado muito bem conseguido".

O espaço, que já foi ocupado por uma empresa dedicada à reparação de máquinas de costura e que se reconverteu com recurso a uma medida do IEFP - Iniciativa Local de Emprego, divide-se hoje por um restaurante no piso superior e um café com jardim exterior no piso inferior.

"A montra é discreta e o espaço não se impõe muito da rua. Acho que vai surpreendendo à medida que vai sendo descoberto", acredita Teresa, que tem visto os clientes a chegarem pela primeira vez e a voltarem segunda e terceira. A primeira sala do espaço é pequena e só andando um pouco se chega a uma maior, vislumbrando o jardim de Inverno que o café também acolhe. Com sete funcionários, o espaço já fez alguns ajustes desde o arranque, que passam sobretudo por ir mais ao encontro das necessidades dos clientes, reforçando as alternativas para quem quer comer na zona fora do restaurante, que é o espaço mais formal do café.

O Café Vitória dirige-se aos portuenses e aos turistas que, como diz Teresa Braga, "quando planeávamos o projecto e ainda não existia quase nada na zona deambulavam nas ruas ou pouco sem alternativas a este nível". Insere-se numa zona que se fez nocturna pela predominância de bares, mas o grupo de pessoas (ligadas ao design gráfico, arquitectura e outros domínios das artes) que se juntou para fazer nascer o negócio garante que o dia continuará a ser a sua grande aposta.

Os prós e contras de estar numa zona antiga Vantagens - Contribuir para dinamizar o centro da cidade e reabilitar o património arquitectónico- Ir de encontro às expectativas de um mercado que procura qualidade na zona histórica - Tirar partido da existência de uma nova vaga de pessoas na zona histórica da cidade Desvantagens - Estar numa rua por requalificar - O facto de ser uma rua aberta ao trânsito, sobretudo ao fim-de-semana- A mesma vaga que tem trazido mais pessoas ao centro também tem levado à abertura de muita oferta sem qualidade na zona de forma um pouco oportunista