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Rede global chega a Portugal

O lugar de "chief executive officer" é solitário. E quando tem dúvidas? Portugal é o primeiro país da União Europeia a receber uma versão local do CEO-Collaborative Forum, rede destinada a promover a internacionalização das PME.

02 de Abril de 2009 às 15:35
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O lugar de "chief executive officer" é solitário. E quando tem dúvidas? Portugal é o primeiro país da União Europeia a receber uma versão local do CEO-Collaborative Forum, rede destinada a promover a internacionalização das PME.

Está a nascer em Portugal uma rede de CEO de pequenas e médias empresas (PME), a primeira extensão nacional do CEO-Collaborative Forum (CEO-CF), programa que reúne quase 100 presidentes executivos de PME da União Europeia (UE). Este braço português, com 16 membros iniciais (ver caixa), conta com o patrocínio da Presidência da República, com o apoio da COTEC e de um consórcio formado pela Universidade Nova de Lisboa e pela consultora de gestão Informa D&B .

"Uma universidade de CEO com casos reais". É assim que Dave Darsch, fundador da rede europeia, descreve o CEO-CF, programa que nasceu em 2005 e conta com quase 100 CEO de 26 países.

Os seus membros realizam três encontros anuais que duram dois dias e meio. As reuniões têm uma componente pedagógica, leccionada por um professor da IESE Business School. Segue-se a exposição de um caso prático por parte de um CEO reconhecido no mercado.

Por fim, cada elemento da rede expõe o seu "member-challenge", o problema que está a enfrentar na empresa que preside. Os restantes membros ouvem, debatem e apontam sugestões. No final, o CEO que expôs o seu problema compromete-se a resolvê-lo até a uma determinada data.

Investimento internacional, parcerias, construção de uma equipa de gestão internacional, estratégia de fusões e aquisições têm sido os temas mais debatidos nos últimos tempos, diz Dave Darsch.

Para o fundador da CEO-CF, a actual crise apresenta várias oportunidades às PME, dada a sua maior flexibilidade e capacidade de inventar e criar mais rapidamente. "A maioria das inovações ocorre durante crise, como aconteceu com a Microsoft", aponta.

Dave Darsch aplaude a extensão do programa para Portugal. "As PME portuguesas já são globais no seu pensamento, pois o mercado nacional é relativamente pequeno. Têm horizontes alargados e alocam o risco em vários mercados geográficos, como Brasil, Espanha, Angola e Europa Central", indica.

A prova, aponta, é a existência de vários CEO de sucesso que já pertencem à rede global. Nomes como Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies, Francisco Fonseca, da Anubis Network, Filipe Rodrigues, da Cachapuz, Jorge Brás, da Pathena, Paulo Ramos, da Softlimits e António Murta, da Enabler/Wipro, integram a lista europeia e vão participar na rede portuguesa de CEO, que será lançada em Maio.

A rede portuguesa vai funcionar como uma espécie de trampolim para integrar o grupo a nível global, diz Rui Paiva. "Os membros ficam com uma espécie de currículo escolar que os torna aptos para ingressar na rede europeia caso tenham uma perspectiva internacional de crescimento", explica.

No início do século, Dave Darsch, um americano que vive em Barcelona, apercebeu-se que, ao contrário dos Estados Unidos, na Europa não existia uma cultura de partilha de experiência por parte dos CEO. Convidou, então, cinco pessoas que com ele fundaram a CEO-CF . Cada novo membro captado resulta da referenciação e posterior convite por parte de dois elementos que já integram a rede.





Perfil
Como integrar a rede Cada novo membro deve ser referenciado por dois elementos que já integrem a rede.
Quota anual O montante anual para integrar a rede europeia é de 15 mil euros, valor que não engloba viagens e hotéis. Para integrar grupo nacional, o montante ronda os 12 mil euros.
Membros portugueses
Rui Paiva - WeDo Technologies
António Murta - Enabler/Wipro
Carlos Oliveira - MobiComp
Miguel Monteiro - INTROduxi
Paulo Rosado - OutSystems
Rui Ferreira - Vortal
João Santiago - Bizdirect
Carlos Neves - Digidelta Software
Paulo Ramos - SoftLimits
José Basílio - ISA
José Xavier - Mainroad
Filipe Rodrigues - Cachapuz
Franciso Fonseca - Anubis Networks,
Jorge Brás - Pathena
Purificação Tavares - CGC
Raúl Oliveira - IportalMais




"O lugar de CEO é solitário. É sempre ele que decide.
E quando tem dúvidas? Um CEO não sabe tudo e, normalmente, não pode transmitir isso", comenta Francisco Ferreira, CEO da Anubis Networks, que faz parte da rede global CEO-CF. É nesta rede global que exprime receios e partilha conhecimento com os seus pares.

"Normalmente nunca paramos para pensar. Esta é uma óptima altura de reflexão estratégica", diz. Foi num dos encontros que decidiu mudar a sua estratégia empresarial: em vez de diversificar a actividade, apostou na focalização em dados produtos. Para Rui Paiva, presidente executivo da WeDo Technologies, da Sonaecom, a mais-valia do programa é o foco que coloca no CEO. "Conhecemo-nos todos e temos trabalhado em rede para promover o crescimento global", aponta. António Murta, vice-presidente de "retail services" da Wipro diz: "Era membro da CEO-CF Global antes de vender a Enabler à Wipro. Foi muito interessante a troca de experiências com os outros CEO. Por exemplo, a possibilidade de discutir com outras pessoas muito experientes, as fórmulas de entrada em diferentes mercados e o seu risco associado, acrescentou definitivamente valor".
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