Notícia
"Não concebo dar subsídio para o desemprego de empresários"
Luís Valente de Oliveira espera que o Governo que sair das eleições legislativas aposte na formação e, quanto a uma eventual introdução de subsídio de desemprego para gestores de PME, refere que é contra...
30 de Julho de 2009 às 16:04
Luís Valente de Oliveira, membro da comissão executiva da Associação Empresarial de Portugal, diz que "não se deve pagar para se ousar"
Luís Valente de Oliveira espera que o Governo que sair das eleições legislativas aposte na formação e, quanto a uma eventual introdução de subsídio de desemprego para gestores de PME, refere que é contra.
Vêm aí eleições legislativas. O que é que o novo Governo deve implementar para facilitar a actividade das PME no País?
Há empresários que se queixam de não conseguir arranjar pessoas para trabalhar, apesar do desemprego que existe. As profissões que estão em carência devem ser objecto de formação, pública ou privada. A privada é capaz de ser mais cara, motivo pelo qual a pública deve aparecer. Depois, um aspecto básico é a formação de base, que é baixa em Portugal e que devia ser consolidada.
Há dias, o vice-presidente da Martifer, Jorge Martins, dizia que o Governo devia tributar a 0% as empresas do interior, para combater a desertificação. Considera que esta seria uma boa medida para potenciar a criação de mais boas PME em Portugal, fora dos habituais centros?
O desenvolvimento de parcelas do interior reclama medidas de discriminação positivas, entre as quais estão as fiscais. Mas pode haver subsidiarização directa.
Há um outro ponto recorrente quando se fala de PME: deve haver subsídio de desemprego para os gerentes de micro, pequenas e médias empresas? Há quem diga que a inexistência deste subsídio pode ser um entrave ao empreendedorismo, porque as pessoas podem ter receio de perder tudo...
O empreendedor precisa mais de que subsidiem a sua empresa do que subsidiem o seu próprio emprego. Um empreendedor não é um funcionário.
A questão é que às vezes é, particularmente nas empresas muito pequenas...
Não seria bom que fosse. Ele tem que aprender ousar. [O subsídio de desemprego] seria um sinal negativo. Tem se ajudar o empreendedor a desempenhar a sua actividade, mas não o seu emprego.
Não defende então o subsídio de desemprego para os gerentes de PME, é isso?
Na minha cabeça, não encaixa uma coisa com a outra. Se o empreendedor não consegue ir para a frente, porque não consegue aceder ao mercado 'x' ou 'y' e tem um bom projecto para vender nesses mercados, ele precisa que olhem para o caso dele. Agora, estar a pagar para ele ousar...
O que diz é que um empreendedor por natureza não tem medo de ficar no desemprego?
Salta logo para outra iniciativa. Empreendedor é o que arrisca - se vamos anular o sentido de risco, deixa de haver gente a puxar.
Mas a inexistência de subsídio não será um entrave aos negócios mais pequenos? Falo de um pequeno restaurante, por exemplo, com duas ou três pessoas...
Apoiar a actividade parece-me bem; ser exigente nesse apoio parece-me bem; dar subsídios para o desemprego de empresários não encaixa na minha cabeça.
Luís Valente de Oliveira espera que o Governo que sair das eleições legislativas aposte na formação e, quanto a uma eventual introdução de subsídio de desemprego para gestores de PME, refere que é contra.
Há empresários que se queixam de não conseguir arranjar pessoas para trabalhar, apesar do desemprego que existe. As profissões que estão em carência devem ser objecto de formação, pública ou privada. A privada é capaz de ser mais cara, motivo pelo qual a pública deve aparecer. Depois, um aspecto básico é a formação de base, que é baixa em Portugal e que devia ser consolidada.
Há dias, o vice-presidente da Martifer, Jorge Martins, dizia que o Governo devia tributar a 0% as empresas do interior, para combater a desertificação. Considera que esta seria uma boa medida para potenciar a criação de mais boas PME em Portugal, fora dos habituais centros?
O desenvolvimento de parcelas do interior reclama medidas de discriminação positivas, entre as quais estão as fiscais. Mas pode haver subsidiarização directa.
Há um outro ponto recorrente quando se fala de PME: deve haver subsídio de desemprego para os gerentes de micro, pequenas e médias empresas? Há quem diga que a inexistência deste subsídio pode ser um entrave ao empreendedorismo, porque as pessoas podem ter receio de perder tudo...
O empreendedor precisa mais de que subsidiem a sua empresa do que subsidiem o seu próprio emprego. Um empreendedor não é um funcionário.
A questão é que às vezes é, particularmente nas empresas muito pequenas...
Não seria bom que fosse. Ele tem que aprender ousar. [O subsídio de desemprego] seria um sinal negativo. Tem se ajudar o empreendedor a desempenhar a sua actividade, mas não o seu emprego.
Não defende então o subsídio de desemprego para os gerentes de PME, é isso?
Na minha cabeça, não encaixa uma coisa com a outra. Se o empreendedor não consegue ir para a frente, porque não consegue aceder ao mercado 'x' ou 'y' e tem um bom projecto para vender nesses mercados, ele precisa que olhem para o caso dele. Agora, estar a pagar para ele ousar...
O que diz é que um empreendedor por natureza não tem medo de ficar no desemprego?
Salta logo para outra iniciativa. Empreendedor é o que arrisca - se vamos anular o sentido de risco, deixa de haver gente a puxar.
Mas a inexistência de subsídio não será um entrave aos negócios mais pequenos? Falo de um pequeno restaurante, por exemplo, com duas ou três pessoas...
Apoiar a actividade parece-me bem; ser exigente nesse apoio parece-me bem; dar subsídios para o desemprego de empresários não encaixa na minha cabeça.