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"O oposto do sucesso não é falhar, é não tentar"

Marc Le Menestrel participou no "Friday Forum" destinado a debater o fracasso e o medo de errar. Diz que o pior é não tentar.

Negócios 06 de Dezembro de 2012 às 10:22
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Perguntas a Marc Le Menestrel

É Professor associado do departamento de Economia e Negócios, da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, e fundador do projecto WeDreamBusiness.Org

Os portugueses ainda têm muito medo de falhar?
Sinto que existe uma espécie de nostalgia nos portugueses, como quando alguém desce de uma grande montanha. Acho que isto tem a ver com a história de Portugal, e com os acontecimentos de dimensão elevada que a caracterizam. Quando se volta de uma posição assim tão alta, talvez a melhor altura para correr riscos só aconteça quando o país estiver totalmente descansado e preparado para uma nova subida.

O que é que os empresários podem fazer para mudar esta atitude?
Os portugueses têm uma grande capacidade para abrir o seu coração e isso pode ser uma vantagem para transformar os negócios em algo que esteja genuinamente ao serviço das pessoas, da sociedade e do ambiente. Actualmente, as empresas direccionam-se essencialmente para gerar capital, mas o dinheiro não é suficiente para conduzir a humanidade. É apenas um meio ao serviço do projecto humano. Num mundo em transformação, o oposto do sucesso não é falhar, é não tentar, como disse um dos meus alunos do TheLisbon MBA. A dada altura, a única forma de uma empresa sobreviver é enfrentando os seus medos e aceitando a possibilidade de falhar.

Como é que os jovens empreendedores devem lidar com o medo?
O medo é parte integrante do ser humano. O segredo está em saber como é que o nosso ego lida com eles, tendo consciência da sua força. Deixo um conselho que se baseia numa ladainha italiana: "devemos permitir que o medo passe por cima e através de nós". Só assim podemos transformar o nosso olhar interior e permitir que ele veja o caminho.

Por onde é que esta mudança de atitude deveria começar?
Deveria começar em nós mesmos, em cada indivíduo, encontrando a nossa voz interior e alimentado uma conversa entre o intelecto, o coração e a alma. Este é um bom começo para enfrentar os medos e olhar para eles quando se forem embora. Eu costumo apoiar iniciativas ousadas, como este FridayForum do TheLisbon MBA ou a WeDreamBusiness.org, que ajudam a centrar a nossa atenção no novo mundo que está a emergir e menos no velho, que está a desaparecer.

Qual é a sua opinião sobre o "FridayForum: Fear, failure and fortitude"? Como é que os estudantes reagiram?
Os FridayForums são o exemplo de uma iniciativa que enfrentou os seus medos e teve coragem de propor algo inovador e significativo aos alunos. Os estudantes estavam bem preparados e reagiram muito positivamente.
A partir da sua própria experiência, aprenderam como deveriam gerir o medo e utilizar os falhanços a seu favor. Também perceberam que não devem recear muito a procura de emprego, porque esse é apenas um passo em direcção a um objectivo maior, cuja fórmula depende de cada participante.

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