Notícia
Hort@ n@ Net - Seja o Big Brother dos seus legumes
Alface, couve, cenouras ou alho-francês. Escolha onde e quando quer fazer a sua plantação. Luís Luz vai avançar com a fase-piloto em Beja e o objectivo é que as hortas se ramifiquem pelas periferias de Portugal. Basta uma ligação à Internet para avaliar a evolução daquilo que semeou.
11 de Agosto de 2011 às 10:29
Luís Luz e Nelson Lopes | A fase-piloto do novo projecto arranca em Setembro.
Luís Luz não sabia se ia ter sucesso perante os alunos do Instituto Politécnico de Beja, mas isso não o impediu de bater à porta das turmas do segundo e terceiro anos da Escola Agrária, explicar-lhes a sua ideia e esperar pelo "feedback". No dia marcado, apesar de chover torrencialmente, aparecerem seis alunos à porta do seu gabinete. Um "brainstormig" depois e nascia o projecto "Hort@ n@ Net".
Quando a ideia de gerir uma horta pela Internet surgiu, houve unanimidade. Era com este projecto que Luís Luz iria avançar. "O Ensino Superior Público tem de apostar bem mais no empreendedorismo. Senti que havia necessidade de juntar os alunos, saber quais eram as suas ideias e começar a tentar estruturar um projecto que pudesse ter algum futuro".
Professor do departamento de Engenharia desde 1994, Luís Luz achava que o Instituto Politécnico de Braga deveria fazer algo mais pelas saídas profissionais dos alunos. Foi aí que percebeu que o melhor era perguntar-lhes directamente o que queriam fazer no futuro. Demonstrou-se disponível para colaborar com eles e o resultado não poderia ter sido melhor. O Hort@ n@ Net pode utilizar o terreno da Escola Agrária, do Instituto, bem como os seus recursos porque os responsáveis do Politécnico apoiaram o projecto. Em Abril, arrancou a "fase-piloto da fase-piloto".
Foram usadas duas parcelas de terreno para teste, de sete por sete metros, sem câmaras, e com dois clientes-cobaias. O terreno foi cedido pela escola, bem como todos os recursos possíveis para o projecto. O objectivo era que os alunos pudessem interagir com as cobaias (clientes) e gerissem as culturas tal como estes pedissem: o que queriam cultivar, como queriam gerir a horta, entre outros aspectos. "Mais do que uma experiência, serviu para ver até que ponto clientes e alunos se poderiam entender."
Horta à medida
Em Setembro próximo, incia-se a verdadeira fase-piloto do Hort@ n@ Net. São cerca de 20 parcelas de terreno, de sete por sete metros, cada uma com uma câmara instalada, para que as pessoas possam ver e acompanhar as suas culturas em casa, através da internet.
"Estamos a criar a página da Internet para fazer a gestão das parcelas, que já estão praticamente todas alugadas." A fase-piloto vai ser exclusiva para os habitantes de Beja, mas o objectivo é que todo o projecto alastre para as periferias das cidades que cobrem o mapa nacional.
Cada cliente tem um gestor encarregue pela sua parcela de terreno e vai desenvolvendo todo o seu trabalho nela. A gestão é feita através da Internet, de acordo com a planta que o cliente desenhou. Todas as operações necessárias até os produtos ficarem prontos, quando for a época das ervas daninhas, por exemplo, são informadas pelo gestor ao cliente. No final, é este que escolhe qual a melhor forma de lidar com o problema. "A decisão final é sempre do cliente, mas os gestores também estão aptos a dar os seus conselhos. Visto serem finalistas e futuros licenciados em Engenharia Agronómica."
Quando os produtos estiverem prontos para colheita, é combinado um local onde para a entrega, podendo-se iniciar uma nova cultura no espaço que ficou livre. Se tudo correr bem com a fase-piloto, o plano é espalhar a Hort@ n@ Net pelas periferias de diversas cidades do país e ocupar terrenos baldios.
Só para avançar com a fase-piloto , Luís Luz vai precisar de cerca de 14 mil euros, mas já anda à procura do financiamento. Entrou em contacto com potenciais investidores e concorreu ao Poliempreende. O projecto venceu a fase regional e agora asposta em ficar nos três primeiros lugares da fase nacional. "Já seria alguma ajuda financeira."
"Dificuldades? Ainda estão para vir", diz o professor. "Mas quando falo nesta ideia é muito acarinhada." Aos 43 anos, o docente universitário sabe que vão surgir obstáculos pelo caminho, mas acredita que os seus alunos estão motivados.
Bilhete de identidade
Projecto Hort@ n@ Net
Promotores Professor Luís Luz, André Mira, Nelson Lopes, Raúl Santos, Rodrigo Filipe, Tiago Nunes (Engenharia Agronómica) e Sara Biscaia (Engenharia do Ambiente).
Área de actividade agricultura:
Investimento inicial previsto 14 mil euros (fase piloto)
Portugal rural
Caso a fase-piloto fique concluída com sucesso, é altura de os alunos se tornarem empresários e avançarem com o conceito para outras regiões do país. A ideia é que levem para a periferia das suas cidades tudo aquilo que testaram e aprenderam nos terrenos da Escola Agrária. O pagamento é feito através de um sistema de pontos, ou seja, para se registarem, os clientes têm que comprar pontos, que são usados para o aluguer mensal da parcela. Mensalmente, os clientes compram mais pontos para responderem às operações. Se contribuírem de forma directa no processo de desenvolvimento das suas culturas, também podem ganhá-los. É uma horta virtual e real, que permite o acesso a produtos escolhidos e produzidos especificamente para cada cliente.
Luís Luz não sabia se ia ter sucesso perante os alunos do Instituto Politécnico de Beja, mas isso não o impediu de bater à porta das turmas do segundo e terceiro anos da Escola Agrária, explicar-lhes a sua ideia e esperar pelo "feedback". No dia marcado, apesar de chover torrencialmente, aparecerem seis alunos à porta do seu gabinete. Um "brainstormig" depois e nascia o projecto "Hort@ n@ Net".
Professor do departamento de Engenharia desde 1994, Luís Luz achava que o Instituto Politécnico de Braga deveria fazer algo mais pelas saídas profissionais dos alunos. Foi aí que percebeu que o melhor era perguntar-lhes directamente o que queriam fazer no futuro. Demonstrou-se disponível para colaborar com eles e o resultado não poderia ter sido melhor. O Hort@ n@ Net pode utilizar o terreno da Escola Agrária, do Instituto, bem como os seus recursos porque os responsáveis do Politécnico apoiaram o projecto. Em Abril, arrancou a "fase-piloto da fase-piloto".
Foram usadas duas parcelas de terreno para teste, de sete por sete metros, sem câmaras, e com dois clientes-cobaias. O terreno foi cedido pela escola, bem como todos os recursos possíveis para o projecto. O objectivo era que os alunos pudessem interagir com as cobaias (clientes) e gerissem as culturas tal como estes pedissem: o que queriam cultivar, como queriam gerir a horta, entre outros aspectos. "Mais do que uma experiência, serviu para ver até que ponto clientes e alunos se poderiam entender."
Horta à medida
Em Setembro próximo, incia-se a verdadeira fase-piloto do Hort@ n@ Net. São cerca de 20 parcelas de terreno, de sete por sete metros, cada uma com uma câmara instalada, para que as pessoas possam ver e acompanhar as suas culturas em casa, através da internet.
"Estamos a criar a página da Internet para fazer a gestão das parcelas, que já estão praticamente todas alugadas." A fase-piloto vai ser exclusiva para os habitantes de Beja, mas o objectivo é que todo o projecto alastre para as periferias das cidades que cobrem o mapa nacional.
Cada cliente tem um gestor encarregue pela sua parcela de terreno e vai desenvolvendo todo o seu trabalho nela. A gestão é feita através da Internet, de acordo com a planta que o cliente desenhou. Todas as operações necessárias até os produtos ficarem prontos, quando for a época das ervas daninhas, por exemplo, são informadas pelo gestor ao cliente. No final, é este que escolhe qual a melhor forma de lidar com o problema. "A decisão final é sempre do cliente, mas os gestores também estão aptos a dar os seus conselhos. Visto serem finalistas e futuros licenciados em Engenharia Agronómica."
Quando os produtos estiverem prontos para colheita, é combinado um local onde para a entrega, podendo-se iniciar uma nova cultura no espaço que ficou livre. Se tudo correr bem com a fase-piloto, o plano é espalhar a Hort@ n@ Net pelas periferias de diversas cidades do país e ocupar terrenos baldios.
Só para avançar com a fase-piloto , Luís Luz vai precisar de cerca de 14 mil euros, mas já anda à procura do financiamento. Entrou em contacto com potenciais investidores e concorreu ao Poliempreende. O projecto venceu a fase regional e agora asposta em ficar nos três primeiros lugares da fase nacional. "Já seria alguma ajuda financeira."
"Dificuldades? Ainda estão para vir", diz o professor. "Mas quando falo nesta ideia é muito acarinhada." Aos 43 anos, o docente universitário sabe que vão surgir obstáculos pelo caminho, mas acredita que os seus alunos estão motivados.
Bilhete de identidade
Projecto Hort@ n@ Net
Promotores Professor Luís Luz, André Mira, Nelson Lopes, Raúl Santos, Rodrigo Filipe, Tiago Nunes (Engenharia Agronómica) e Sara Biscaia (Engenharia do Ambiente).
Área de actividade agricultura:
Investimento inicial previsto 14 mil euros (fase piloto)
Portugal rural
Caso a fase-piloto fique concluída com sucesso, é altura de os alunos se tornarem empresários e avançarem com o conceito para outras regiões do país. A ideia é que levem para a periferia das suas cidades tudo aquilo que testaram e aprenderam nos terrenos da Escola Agrária. O pagamento é feito através de um sistema de pontos, ou seja, para se registarem, os clientes têm que comprar pontos, que são usados para o aluguer mensal da parcela. Mensalmente, os clientes compram mais pontos para responderem às operações. Se contribuírem de forma directa no processo de desenvolvimento das suas culturas, também podem ganhá-los. É uma horta virtual e real, que permite o acesso a produtos escolhidos e produzidos especificamente para cada cliente.