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Distribuição postal com carácter tecnológico

Um terminal GPRS sincronizado como site da empresa permite que os clientes da Adicional consigam acompanhar o percurso de entrega dos seus produtos. E que os destinatários saibam, também, onde anda a encomenda.

16 de Abril de 2009 às 15:37
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Um terminal GPRS sincronizado como “site” da empresa permite que os clientes da Adicional consigam acompanhar o percurso de entrega dos seus produtos. E que os destinatários saibam, também, onde anda a encomenda.


Imagine que chega a casa depois de um dia de trabalho e percebe que no dia seguinte vai ter de se deslocar à estação de correios para levantar aquele livro que encomendou pela Internet.

Para muitas pessoas, isto significa algumas horas perdidas, só porque não estava em casa quando o carteiro passou. Através de um serviço personalizado e de um horário alargado, a Adicional quer assegurar que este cenário não se repete.

Segundo João Carriço, o administrador-delegado da Adicional, isto é possível com um modelo de distribuição mais inteligente. "O nosso modelo visa encontrar o cliente em casa", explica. A Adicional trabalha com uma rede de distribuidores subcontratados a quem são pagas apenas as entregas efectuadas e que, por isso, tentam trabalhar quando é mais provável encontrar os destinatários em casa. O horário alargado - das 8h30 às 22h, incluindo sábados - é um factor importante.

Outra das facetas críticas do negócio é o recurso às novas tecnologias, permitindo oferecer um serviço mais rápido e eficiente. E aí, a solução é colocar os distribuidores da Adicional em contacto permanente com os clientes e com os destinatários através de um terminal GPRS (envio e recepção de informação através de uma rede telefónica móvel) sincronizado com o "site" da empresa. Assim, é possível saber, quase em tempo real, onde pára a encomenda ou entrar em contacto com o distribuidor para agendar a entrega.

Para além disso, o destinatário pode também receber via SMS a data e a hora da entrega. E está já a ser planeado um sistema de "rotas inteligentes" para optimizar percursos de entregas e um processo de automatização do armazém para tornar os carregamentos mais rápidos.

A Adicional quer agora expandir-se para outros mercados. "Não concebemos uma empresa de distribuição postal sem uma perspectiva ibérica", explica João Carriço. Além do crescimento orgânico, a empresa quer também crescer por aquisição no mercado espanhol. "Já temos alguém a ajudar-nos a encontrar um alvo em Espanha e posso dizer que, se houver um alvo apetecível , daqui a um mês compramos uma empresa" no país-vizinho.

A Adicional foi criada em 1994 e esteve, desde sempre, ligada à distribuição domiciliária e a clientes que se dedicam às vendas por catálogo. No final de 2005, quando foi adquirida pelo actual grupo de sócios, a empresa contava com dois centros de distribuição, em Lisboa e na Maia, mas tinha ainda processos arcaicos e uma dimensão familiar. O primeiro esforço após a compra consistiu em alargar o espectro de clientes e automatizar os processos para aumentar a rendibilidade. "Não mudámos muito em relação ao passado, mas apostámos na informatização e na criação de um sistema de escala", afirma João Carriço. Hoje, tem mais dois centros de distribuição e clientes em sectores como o das telecomunicações, banca e consumo.

Até aqui, os números têm sido favoráveis. "Em 2008, conseguimos um resultado líquido de mais de cem mil euros, o que nos deixa com alguma tranquilidade para um ano difícil que se avizinha". Muitos dos clientes estão a reduzir a actividade para metade e o esforço da empresa centra-se em manter o crescimento, aprofundando os serviços junto dos clientes actuais e apostando na atracção de novos clientes.

Perfil
Nome:
Adicional Logistics
Administradores Executivos: João Bernardo Carriço e Luís Guedes Sousa
Volume de Negócios: 6 milhões de euros em 2008, com 1,2 milhões de entregas
Clientes: cerca de 100
Previsões para 2009: esperam atingir um volume de negócios em torno dos 7,5 milhões de euros, tendo para isso de aumentar o número de entregas para compensar o abrandamento nos clientes existentes. O número de distribuidores deve também crescer face aos actuais 200.

A correr atrás dos caixotes
João Carriço tem 39 anos e saiu da Figueira da Foz rumo a Lisboa para fazer o curso de engenharia electrotécnica no Instituto Superior Técnico. Mais tarde, os estudos conduziram-no a França para uma pós-graduação na área da aplicação de micro-ondas em sistemas de aviação. De regresso a Portugal, esteve sempre ligado às telecomunicações, desempenhando funções em empresas como a Marconi e a Jazztel. Em Fevereiro de 2006, depois da compra da Adicional, deixou o escritório envidraçado com vista para a marina de Alcântara para se instalar num armazém cheio de pó e empilhadores. Até agora, não lamenta a troca.

Quando não está rodeado de caixotes, gosta de ler (ainda que só tenha tempo nas férias) e de ir ao cinema. Mas aquilo que faz de forma afincada é a corrida de orientação. Começou por ser uma questão de saúde, mas agora diz que corre por gosto e é mesmo federado na modalidade. Para pessoas com um espírito organizado, é uma excelente forma de libertar toda a angústia e preocupação que se traz da semana.
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