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Como gerir a inovação
Inovar não é inventar, as empresas não trabalham sozinhas e o valor da inovação deve ser comercializável. Está pronto para criar valor num contexto de mudança? Siga os conselhos da Bial, Brisa, Efacec, Exatronic, Nokia e TMG Automotive.
Inovar não é inventar, as empresas não trabalham sozinhas e o valor da inovação deve ser comercializável. Está pronto para criar valor num contexto de mudança? Siga os conselhos da Bial, Brisa, Efacec, Exatronic, Nokia e TMG Automotive.
Para o director-geral da COTEC, Daniel Bessa, o sucesso faz-se mais de transpiração do que de inspiração e de trabalho mais do que de sorte. "Num mundo repleto de riscos, a probabilidade de êxito cresce com a adopção e a implementação de uma organização apropriada, dos processos mais ajustados e das melhores práticas", diz.
Por que vale a pena gerir a inovação? João Bento, coordenador da iniciativa DSIE - Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial explica: "a inovação é a via incontornável para o crescimento, é o vector de desenvolvimento empresarial e devemos geri-lo como gerimos a alavanca financeira, por exemplo." João Bento acredita que a inovação só irá resultar através de um trabalho sustentado, sendo que os sistemas de gestão têm de ter em conta a maturidade dos seus destinatários. "Mas tudo isto só é recomendável a quem tire benefícios deste processo."
Para o coordenador da iniciativa, a certificação de uma empresa é consequência de uma decisão da administração, parte do seu interior. Actualmente, já existem 30 empresas certificadas em gestão de IDI, em Portugal. "A certificação não se constitui como um fim em si mesmo, mas como um mecanismo gerador de confiança."
Melhorar o desempenho inovador
O lançamento do guia foi apenas um passo na iniciativa DSIE, uma das três linhas estruturantes do trabalho que tem sido desenvolvido pela COTEC Portugal. "O objectivo da iniciativa não pode ser mais claro: numa economia globalizada e assente no conhecimento, o reforço das vantagens competitivas só pode ser conseguido através de um desenvolvimento sistemático e sustentado da inovação", explica Daniel Bessa.
Foi dentro desta iniciativa que se desenvolveu a família de normas para a certificação de gestão de IDI, entre as quais se encontra a Norma Portuguesa 4457:2007. Esta reúne um conjunto de requisitos que permitem que as organizações definam uma política de IDI e melhorem o desempenho inovador da empresa. Contudo, não impõe uniformidade nos sistemas, sendo que a criação de valor é fundamental no desenvolvimento sustentado de IDI.
A iniciativa DSIE não pára aqui. Ainda falta desenvolver um modelo conceptual dos processos de inovação, adoptar uma norma de gestão de actividades de IDI, formular um instrumento de auto-avaliação, entre outros. Só em 2008, a despesa em I&D (Investigação e Desenvolvimento) do sector empresas assumiu, aproximadamente, 50% do total da despesa de Portugal e o número de empresas com este tipo de actividade continua a aumentar. Os dados são extraídos dos resultados provisórios do 14º Inquérito ao Potencial Cientifico e Tecnológico Nacional (IPCTN) de 2008, uma base de informação estatística oficial sobre recursos humanos e financeiros afectos a actividades de I&D. Mais: em 2008, a despesa total em I&D representou, globalmente, 1,51% do PIB nacional.
A nível europeu, Portugal ocupa a 16ª posição do índice European Innovation Scoreboard 2009, entre os 27 Estados-membros da União Europeia, tendo sido incluído no grupo "Inovadores Moderados", onde também se encontra a Eslováquia, Espanha, Grécia, entre outros.
5 Factores essenciais para empresas inovadoras
Conheça os passos que a sua empresa deve dar em direcção ao sucesso.
Desenvolver um dispositivo médico na Exatronic parecia ser um projecto sem pernas para andar.
De todas as componentes necessárias para a sua execução, a empresa só tinha uma: a electrónica. Faltava-lhe o conhecimento, os recursos humanos e fornecedores certificados, mas isso não impediu a empresa de Aveiro de avançar.
Foram à procura de especialistas em biomédica, bateram à porta das Universidades e aproximaram-se de laboratórios creditados. Não só executaram o projecto, como desenvolveram uma nova área de negócio. As competências que adquiriram permitiram desenhar novos equipamentos e elaborar novos projectos. Um ano depois, criaram um núcleo de investigação e desenvolvimento (I&D).
Hugo Ravara, gestor de "marketing" na Exatronic, é o único representante de uma pequena e média empresa (PME) no palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Belém. No passado dia 21, a sala encheu-se para a apresentação do "Guia de Boas Práticas de Gestão de Inovação", da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. Para a sua elaboração, contribuíram as experiências de 24 empresas certificadas em Sistemas de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (SGIDI), como as que se seguem. Objectivo: dar a conhecer o papel que a inovação tem no sucesso empresarial e explicar como as empresas conseguiram melhorar os seus sistemas de gestão de Investimento, Desenvolvimento e Inovação (IDI) através da certificação.
De todas as componentes necessárias para a sua execução, a empresa só tinha uma: a electrónica. Faltava-lhe o conhecimento, os recursos humanos e fornecedores certificados, mas isso não impediu a empresa de Aveiro de avançar.
Hugo Ravara, gestor de "marketing" na Exatronic, é o único representante de uma pequena e média empresa (PME) no palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Belém. No passado dia 21, a sala encheu-se para a apresentação do "Guia de Boas Práticas de Gestão de Inovação", da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. Para a sua elaboração, contribuíram as experiências de 24 empresas certificadas em Sistemas de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (SGIDI), como as que se seguem. Objectivo: dar a conhecer o papel que a inovação tem no sucesso empresarial e explicar como as empresas conseguiram melhorar os seus sistemas de gestão de Investimento, Desenvolvimento e Inovação (IDI) através da certificação.
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Para o director-geral da COTEC, Daniel Bessa, o sucesso faz-se mais de transpiração do que de inspiração e de trabalho mais do que de sorte. "Num mundo repleto de riscos, a probabilidade de êxito cresce com a adopção e a implementação de uma organização apropriada, dos processos mais ajustados e das melhores práticas", diz.
Por que vale a pena gerir a inovação? João Bento, coordenador da iniciativa DSIE - Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial explica: "a inovação é a via incontornável para o crescimento, é o vector de desenvolvimento empresarial e devemos geri-lo como gerimos a alavanca financeira, por exemplo." João Bento acredita que a inovação só irá resultar através de um trabalho sustentado, sendo que os sistemas de gestão têm de ter em conta a maturidade dos seus destinatários. "Mas tudo isto só é recomendável a quem tire benefícios deste processo."
Para o coordenador da iniciativa, a certificação de uma empresa é consequência de uma decisão da administração, parte do seu interior. Actualmente, já existem 30 empresas certificadas em gestão de IDI, em Portugal. "A certificação não se constitui como um fim em si mesmo, mas como um mecanismo gerador de confiança."
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Melhorar o desempenho inovador
O lançamento do guia foi apenas um passo na iniciativa DSIE, uma das três linhas estruturantes do trabalho que tem sido desenvolvido pela COTEC Portugal. "O objectivo da iniciativa não pode ser mais claro: numa economia globalizada e assente no conhecimento, o reforço das vantagens competitivas só pode ser conseguido através de um desenvolvimento sistemático e sustentado da inovação", explica Daniel Bessa.
Foi dentro desta iniciativa que se desenvolveu a família de normas para a certificação de gestão de IDI, entre as quais se encontra a Norma Portuguesa 4457:2007. Esta reúne um conjunto de requisitos que permitem que as organizações definam uma política de IDI e melhorem o desempenho inovador da empresa. Contudo, não impõe uniformidade nos sistemas, sendo que a criação de valor é fundamental no desenvolvimento sustentado de IDI.
A iniciativa DSIE não pára aqui. Ainda falta desenvolver um modelo conceptual dos processos de inovação, adoptar uma norma de gestão de actividades de IDI, formular um instrumento de auto-avaliação, entre outros. Só em 2008, a despesa em I&D (Investigação e Desenvolvimento) do sector empresas assumiu, aproximadamente, 50% do total da despesa de Portugal e o número de empresas com este tipo de actividade continua a aumentar. Os dados são extraídos dos resultados provisórios do 14º Inquérito ao Potencial Cientifico e Tecnológico Nacional (IPCTN) de 2008, uma base de informação estatística oficial sobre recursos humanos e financeiros afectos a actividades de I&D. Mais: em 2008, a despesa total em I&D representou, globalmente, 1,51% do PIB nacional.
A nível europeu, Portugal ocupa a 16ª posição do índice European Innovation Scoreboard 2009, entre os 27 Estados-membros da União Europeia, tendo sido incluído no grupo "Inovadores Moderados", onde também se encontra a Eslováquia, Espanha, Grécia, entre outros.
5 Factores essenciais para empresas inovadoras
Conheça os passos que a sua empresa deve dar em direcção ao sucesso.
1. Identificar a inovação
"Inovar é criar valor num contexto de mudança", disse João Bento. É preciso criar valor, não basta inventar. Segundo o coordenador da iniciativa, uma empresa pode ser inovadora e não ter inventado nada.
O que é importante é que tenha criado as condições para que, num contexto de mudança tecnológica, social, de mercado ou até política, perceber que há um cenário que tem valor.
"Inovar é criar valor num contexto de mudança", disse João Bento. É preciso criar valor, não basta inventar. Segundo o coordenador da iniciativa, uma empresa pode ser inovadora e não ter inventado nada.
O que é importante é que tenha criado as condições para que, num contexto de mudança tecnológica, social, de mercado ou até política, perceber que há um cenário que tem valor.
2. Ser capaz de gerir
"Para a dimensão crítica das empresas portuguesas, ou mesmo das multinacionais presentes em Portugal, não é muito fácil possuir todos os níveis de conhecimento isoladamente", explicou João Bento.
O funcionamento em rede é muito importante para a capacidade de gestão. A maioria das empresas que partilharam a sua experiência indicaram a importância dos seus parceiros no alcance dos objectivos.
"Para a dimensão crítica das empresas portuguesas, ou mesmo das multinacionais presentes em Portugal, não é muito fácil possuir todos os níveis de conhecimento isoladamente", explicou João Bento.
O funcionamento em rede é muito importante para a capacidade de gestão. A maioria das empresas que partilharam a sua experiência indicaram a importância dos seus parceiros no alcance dos objectivos.
3. Criar sistemas formais de gestão
É necessário que os sistemas de inovação sejam geridos de modo formal, sobretudo quando há processos de funcionamento em rede.
É importante que as empresas criem sistemas formais de gestão que sirvam para capturar ideias, gerir o conhecimento, gerir os projectos, medir os impactos, custos, resultados.
É necessário que os sistemas de inovação sejam geridos de modo formal, sobretudo quando há processos de funcionamento em rede.
É importante que as empresas criem sistemas formais de gestão que sirvam para capturar ideias, gerir o conhecimento, gerir os projectos, medir os impactos, custos, resultados.
4. Desenvolver a gestão da inovação
Segundo João Bento, este é um factor decisivo para o sucesso. O desenvolvimento empenhado na gestão relaciona-se com a ideia clara do que é a inovação. "Se houver convicção, então obviamente, tem de haver um bom desenvolvimento da gestão", diz o coordenador da iniciativa "Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial".
Segundo João Bento, este é um factor decisivo para o sucesso. O desenvolvimento empenhado na gestão relaciona-se com a ideia clara do que é a inovação. "Se houver convicção, então obviamente, tem de haver um bom desenvolvimento da gestão", diz o coordenador da iniciativa "Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial".
5. Fomentar a cultura empresarial
Objectivo: criar uma cultura empresarial em que a inovação esteja presente no dia-a-dia dos colaboradores. Há projectos de gestão de ideias que envolvem toda a comunidade empresarial, desde a pessoa que está na recepção ao operário ou a quem está no "back office". No fundo, ter uma cultura que premeia a novidade e que permite a falha. "Ninguém ousará tentar inovações se perceber que apenas o sucesso é reconhecido. Todo o esforço é meritório" conclui João Bento.
Objectivo: criar uma cultura empresarial em que a inovação esteja presente no dia-a-dia dos colaboradores. Há projectos de gestão de ideias que envolvem toda a comunidade empresarial, desde a pessoa que está na recepção ao operário ou a quem está no "back office". No fundo, ter uma cultura que premeia a novidade e que permite a falha. "Ninguém ousará tentar inovações se perceber que apenas o sucesso é reconhecido. Todo o esforço é meritório" conclui João Bento.
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