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Como gerir a inovação

Inovar não é inventar, as empresas não trabalham sozinhas e o valor da inovação deve ser comercializável. Está pronto para criar valor num contexto de mudança? Siga os conselhos da Bial, Brisa, Efacec, Exatronic, Nokia e TMG Automotive.

24 de Junho de 2010 às 12:21
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Inovar não é inventar, as empresas não trabalham sozinhas e o valor da inovação deve ser comercializável. Está pronto para criar valor num contexto de mudança? Siga os conselhos da Bial, Brisa, Efacec, Exatronic, Nokia e TMG Automotive.

Desenvolver um dispositivo médico na Exatronic parecia ser um projecto sem pernas para andar.
De todas as componentes necessárias para a sua execução, a empresa só tinha uma: a electrónica. Faltava-lhe o conhecimento, os recursos humanos e fornecedores certificados, mas isso não impediu a empresa de Aveiro de avançar.

Foram à procura de especialistas em biomédica, bateram à porta das Universidades e aproximaram-se de laboratórios creditados. Não só executaram o projecto, como desenvolveram uma nova área de negócio. As competências que adquiriram permitiram desenhar novos equipamentos e elaborar novos projectos. Um ano depois, criaram um núcleo de investigação e desenvolvimento (I&D).

Hugo Ravara, gestor de "marketing" na Exatronic, é o único representante de uma pequena e média empresa (PME) no palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Belém. No passado dia 21, a sala encheu-se para a apresentação do "Guia de Boas Práticas de Gestão de Inovação", da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. Para a sua elaboração, contribuíram as experiências de 24 empresas certificadas em Sistemas de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (SGIDI), como as que se seguem. Objectivo: dar a conhecer o papel que a inovação tem no sucesso empresarial e explicar como as empresas conseguiram melhorar os seus sistemas de gestão de Investimento, Desenvolvimento e Inovação (IDI) através da certificação.










João Bento, coordenador de Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial

"As empresas que têm um compromisso genuíno com a inovação, encontram oportunidades no meio académico e no meio empresarial."








Três perguntas a João Bento

"O principal problema das empresas é a falta de orientação para resultados"

1. Em que consiste "gerir a inovação"?
Para as empresas que considerem que a inovação é um vector de desenvolvimento e de crescimento, em particular por criar vantagens competitivas adicionais, os processos de inovação rapidamente se tornam verdadeiramente complexos. Por isso, devem ser geridos como são geridas todas as outras dimensões que concorrem para a criação de valor nas empresas, como a gestão financeira, a gestão de recursos humanos, etc. No caso da inovação, temos de saber quais são os recursos afectados, medir o impacte, os seus custos, perceber em que medida é que o esforço da inovação pode criar valor. A essência de gerir, neste caso, é medir, avaliar e ser capaz de tirar partido do esforço desenvolvido.

2. Quais são as maiores dificuldades das empresas portuguesas?
As dificuldades centram-se na convicção, porque o ambiente é propício à inovação e nós na COTEC temos bem noção disso. As empresas que acreditam, que têm um compromisso genuíno com a inovação encontram oportunidades no meio académico e no meio empresarial. No fundo, são capazes de encontrar tecidos, criar comunidades, pequenas sociedades de parcerias muito virtuosas. Portanto, é possível, com poucos recursos, mas com uma rede muito forte e uma aposta muito forte na "interface", cobrir um leque muito alargado de competências, ter projectos de grande complexidade ou que cobrem uma grande diversidade de assuntos e, mesmo assim, ser capazes de produzir resultados. O que é que na nossa cultura empresarial está menos presente? A orientação para resultados. Tal como em todas as dimensões, quem tem convicções na inovação produziu resultados e essa preocupação reforça a convicção. A boa notícias é que tudo isso é moldável, tudo isso se consegue ultrapassar.

3. De que forma é que os sistemas de certificação podem contribuir para criar empresas mais inovadoras?
De um modo muito simples. Se houver convicções sobre a necessidade de inovar e de existirem actividades de inovação complexas nas empresas, tem de haver um sistema de gestão. Se houver um sistema de gestão, como o ambiental ou o de qualidade, (que hoje ninguém questiona) submetidos aos méritos de uma norma, é possível assegurar que este não tem lacunas, que é auditado e que é devidamente documentado. Portanto, são méritos que, em geral, estão associados à actividade de certificação. Por isso é que a COTEC se empenhou muito na promoção das normas portuguesas. E o benefício é esse: no fundo, fazer melhor aquilo que se faz, neste caso, com a inovação.




Para o director-geral da COTEC, Daniel Bessa, o sucesso faz-se mais de transpiração do que de inspiração e de trabalho mais do que de sorte. "Num mundo repleto de riscos, a probabilidade de êxito cresce com a adopção e a implementação de uma organização apropriada, dos processos mais ajustados e das melhores práticas", diz.

Por que vale a pena gerir a inovação? João Bento, coordenador da iniciativa DSIE - Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial explica: "a inovação é a via incontornável para o crescimento, é o vector de desenvolvimento empresarial e devemos geri-lo como gerimos a alavanca financeira, por exemplo." João Bento acredita que a inovação só irá resultar através de um trabalho sustentado, sendo que os sistemas de gestão têm de ter em conta a maturidade dos seus destinatários. "Mas tudo isto só é recomendável a quem tire benefícios deste processo."

Para o coordenador da iniciativa, a certificação de uma empresa é consequência de uma decisão da administração, parte do seu interior. Actualmente, já existem 30 empresas certificadas em gestão de IDI, em Portugal. "A certificação não se constitui como um fim em si mesmo, mas como um mecanismo gerador de confiança."










Isabel Morgado, Bial

N.º de colaboradores 774
N.º de colaboradores afectos a I&D 107
Negócios 2009 150 milhões de euros






Bial "Ter uma boa ideia não é suficiente para pedir uma patente"

"A I&D na indústria farmacêutica é comum àquilo que é a inovação noutra área. Caracteriza-se por elevados custos, longo desenvolvimento e elevado risco", explicou Isabel Morgado, administradora da BIAL. A decisão de investir em IDI só deve ser tomada se estiver garantido que vão obter retornos do investimento realizado. Para Isabel Morgado, isto só é possível através da propriedade intelectual.

A quem quer registar a sua patente, dá 3 conselhos. Primeiro, deve verificar se a ideia está dentro daquilo que é o "core" da companhia. "Se não estiver, têm de fazer uma segunda avaliação: vale a pena investir ou não?" Depois de definido o "core", há que perceber qual é o estado da técnica. Aí, os "inventores" terão de procurar nas patentes publicadas, (porque ainda não têm acesso às que ainda estão nos 18 anos de confidencialidade) qual é o estado da técnica. Este trabalho é facilitado se fizer um acompanhamento continuado de tudo o que os competidores fazem. "Se a sua ideia parece ter as características de inventabilidade e novidade, então comece a trabalhar."

A BIAL obteve a certificação do seu Sistema de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (SGIDI) em 2007, no âmbito da investigação e desenvolvimento químico, farmacológico, clínico e farmacêutico de novos fármacos.




Melhorar o desempenho inovador
O lançamento do guia foi apenas um passo na iniciativa DSIE, uma das três linhas estruturantes do trabalho que tem sido desenvolvido pela COTEC Portugal. "O objectivo da iniciativa não pode ser mais claro: numa economia globalizada e assente no conhecimento, o reforço das vantagens competitivas só pode ser conseguido através de um desenvolvimento sistemático e sustentado da inovação", explica Daniel Bessa.

Foi dentro desta iniciativa que se desenvolveu a família de normas para a certificação de gestão de IDI, entre as quais se encontra a Norma Portuguesa 4457:2007. Esta reúne um conjunto de requisitos que permitem que as organizações definam uma política de IDI e melhorem o desempenho inovador da empresa. Contudo, não impõe uniformidade nos sistemas, sendo que a criação de valor é fundamental no desenvolvimento sustentado de IDI.

A iniciativa DSIE não pára aqui. Ainda falta desenvolver um modelo conceptual dos processos de inovação, adoptar uma norma de gestão de actividades de IDI, formular um instrumento de auto-avaliação, entre outros. Só em 2008, a despesa em I&D (Investigação e Desenvolvimento) do sector empresas assumiu, aproximadamente, 50% do total da despesa de Portugal e o número de empresas com este tipo de actividade continua a aumentar. Os dados são extraídos dos resultados provisórios do 14º Inquérito ao Potencial Cientifico e Tecnológico Nacional (IPCTN) de 2008, uma base de informação estatística oficial sobre recursos humanos e financeiros afectos a actividades de I&D. Mais: em 2008, a despesa total em I&D representou, globalmente, 1,51% do PIB nacional.

A nível europeu, Portugal ocupa a 16ª posição do índice European Innovation Scoreboard 2009, entre os 27 Estados-membros da União Europeia, tendo sido incluído no grupo "Inovadores Moderados", onde também se encontra a Eslováquia, Espanha, Grécia, entre outros.



5 Factores essenciais para empresas inovadoras



Conheça os passos que a sua empresa deve dar em direcção ao sucesso.

1. Identificar a inovação
"Inovar é criar valor num contexto de mudança", disse João Bento. É preciso criar valor, não basta inventar. Segundo o coordenador da iniciativa, uma empresa pode ser inovadora e não ter inventado nada.
O que é importante é que tenha criado as condições para que, num contexto de mudança tecnológica, social, de mercado ou até política, perceber que há um cenário que tem valor.
2. Ser capaz de gerir
"Para a dimensão crítica das empresas portuguesas, ou mesmo das multinacionais presentes em Portugal, não é muito fácil possuir todos os níveis de conhecimento isoladamente", explicou João Bento.
O funcionamento em rede é muito importante para a capacidade de gestão. A maioria das empresas que partilharam a sua experiência indicaram a importância dos seus parceiros no alcance dos objectivos.
3. Criar sistemas formais de gestão
É necessário que os sistemas de inovação sejam geridos de modo formal, sobretudo quando há processos de funcionamento em rede.
É importante que as empresas criem sistemas formais de gestão que sirvam para capturar ideias, gerir o conhecimento, gerir os projectos, medir os impactos, custos, resultados.
4. Desenvolver a gestão da inovação
Segundo João Bento, este é um factor decisivo para o sucesso. O desenvolvimento empenhado na gestão relaciona-se com a ideia clara do que é a inovação. "Se houver convicção, então obviamente, tem de haver um bom desenvolvimento da gestão", diz o coordenador da iniciativa "Desenvolvimento Sustentado da Inovação Empresarial".
5. Fomentar a cultura empresarial
Objectivo: criar uma cultura empresarial em que a inovação esteja presente no dia-a-dia dos colaboradores. Há projectos de gestão de ideias que envolvem toda a comunidade empresarial, desde a pessoa que está na recepção ao operário ou a quem está no "back office". No fundo, ter uma cultura que premeia a novidade e que permite a falha. "Ninguém ousará tentar inovações se perceber que apenas o sucesso é reconhecido. Todo o esforço é meritório" conclui João Bento.










Jorge Sales Gomes, Brisa

N.º de colaboradores 2843
N.º de colaboradores afectos a I&D / IDI 14 / 32
Negócios 2009 676,9 milhões de euros






Brisa "A parceria é a melhor maneira de aumentar a base de ideias e de inovação"

Na última década, a Brisa afirmou-se como uma das grandes referências no sector de investimento e gestão de infra-estruturas de transporte. Mais: abraçou um desafio que viria a transformá-la numa empresa capaz de combinar inovação tecnológica com capacidade de empreendedorismo. "Exemplo desta busca constante pela eficiência é a Via Verde", diz Vasco de Mello, presidente do conselho de administração.

Jorge Sales Gomes, director Inovação e Tecnologia afirmou que a Brisa é "uma âncora catalisadora de inovação no nosso país". Estabelecem relações com parceiros para que conheçam o seu sistema e partilhem valor conjunto. "Já criámos algumas start-ups, onde depositámos alguns dos nossos conhecimentos, para que possam crescer", disse. Para inovar, a Brisa ligou-se a instituições de I&D, outras organizações, universidades, entre outros. "A parceria é a melhor maneira de aumentar a base de ideias e de inovação e, por outro lado, de minimizar custos e riscos." Os parceiros são um custo variável e adaptáveis às necessidades momentâneas da empresa. "Minimizamos custos, riscos e garantimos que essas empresas e instituições conheçam melhor a nossa actividade. São uma fonte de inovação", conclui. A Brisa certificou-se em 2007 pela investigação, desenvolvimento e inovação de soluções para equipamentos para portagens e telemática rodoviária, entre outros.










Cristina Godinho, Efacec

N.º de colaboradores 4590
N.º de colaboradores afectos a I&D / IDI 138 / 4
Negócios 2009 809 milhões de euros






Efacec "A estratégia de inovação extravasa a componente tecnológica"

Em 2009, a Efacec investiu cerca de 14 milhões de euros em I&D. Segundo Cristina Godinho, directora de Inovação, Qualidade e Sustentabilidade da empresa, a estratégia de inovação extravasa a componente tecnológica e deve ser entendida como uma "ferramenta" de cada colaborador.

Por isso, desenvolveram uma plataforma informática de gestão de ideias, onde todos participam. "Temos um rácio de ideias implementadas que nos orgulha", comentou.

Os projectos de mudança cultura e de envolvimento na estratégia têm auxiliado a Efacec no seu processo de internacionalização. "Acho que o facto de pegarmos em todas as pequenas ideias, ainda que muito pequenas, contribui para que os colaboradores tenham uma actuação na melhoria dos processos, na inovação de produtos ou organizacional."

Mais: estes projectos têm resultados visíveis, possíveis de quantificar.

O Grupo Efacec tem duas empresas certificadas: a Efacec Sistema de Electrónica e a Efacec Energia, Máquinas e Equipamentos Eléctricos. A primeira obteve a certificação em 2007, no âmbito da comercialização, concepção, desenvolvimento, produção, instalação, colocação em serviço e assistência técnica de sistemas de alimentação, entre outros.

A segunda só a obteve no ano seguinte, pela comercialização, concepção, desenvolvimento e produção de disjuntores, de seccionadores, de interruptores e quadros eléctricos.










Hugo Ravara, Exatronic

N.º de colaboradores 26
N.º de colaboradores afectos a I&D 7
Negócios 2009 1,7 milhões de euros






Exatronic "Não trabalhamos sozinhos"

A Exatronic é a única PME dos 6 exemplos de boas práticas. "Tentamos fazer a ponte entre os centros de saber e empresas com outras competências e conseguimos, assim, aproximarmo-nos do mercado", disse Hugo Ravara, gestor de Marketing. Por isso, não trabalham sozinhos, aliam-se aos melhores espaços e aos colaboradores, dando-lhes autonomia. Com a execução de um projecto que não parecia exequível, conseguiram disseminar o conhecimento e criar um núcleo de I&D. A certificação serviu para que crescessem e se tornassem mais capazes.

Em 2008, a Exatronic obteve a certificação do SGIDI no âmbito da investigação, desenvolvimento e inovação na concepção e desenvolvimento de soluções de electrónica, informação e comunicação de equipamentos electrónicos.

A empresa tem por objectivo desenvolver produtos electrónicos por medida, sendo que a base dos seus clientes se situa no sector das telecomunicações, "automotive" e indústria de fabricantes de máquinas. No ano passado, constituiu um núcleo de I&DT com 2 vectores de actuação: a área biomédica para o desenvolvimento e fabrico de dispositivos médicos e a área dos sensores industriais e da gestão da cadeia do frio para o sector agro-industrial.










Artur Arsénio, Nokia Siemens Networks

N.º de colaboradores 1740
N.º de colaboradores afectos a I&D 934
Negócios 2008 143,9 milhões de euros






Nokia Siemens Networks Portugal "A inovação deve ser comercializável"

"Gerar valor comercial a partir de uma invenção ou como uma técnica de contra-ataque". Foi assim que Artur Arsénio, Responsável Inovação no Centro de Desenvolvimento de Software da Nokia Siemens Networks Portugal começou a sua intervenção. As outras empresas ficam intimidadas e obrigadas a criar ideias mais complexas, que chegam mais tarde ao mercado. Por isso, preocupam-se com a gestão da propriedade intelectual. Mas, para patentear, é preciso implementar uma estratégia: sustentar as tecnologias, necessidades de acção e identificar os segmentos onde é necessário criar ou alargar as necessidades de patenteamento. Uma patente mal elaborada pode abrir buracos e provocar custos às empresas. A Nokia disponibiliza uma ferramenta na intranet da empresa onde há um sítio dedicado à propriedade intelectual. "A inovação deve ser comercializável, o seu valor é o valor do potencial do negócio e não o valor inventivo", disse. Por isso, defendem uma inovação aberta em rede. Além de inovar em rede é necessário persistir e evitar que a inovação caia para último plano. Em 2007, a Nokia Siemens Networks certificou o seu SGIDI no âmbito da investigação, desenvolvimento e inovação de soluções para redes de transportes de telecomunicações.










Elizabete Pinho, TMG Automotive

N.º de colaboradores 285
N.º de colaboradores afectos a I&D 48
Negócios 2009 21,3 milhões de euros






TMG Automotive "Compreender a contribuição da inovação para a actividade da empresa"

A TMG centra a sua actividade na qualidade e na tecnologia, premissas determinantes no desenvolvimento de uma cultura de inovação. Esta cultura assenta na formação dos recursos humanos, na melhoria contínua dos processos produtivos e no desenvolvimento de novos produtos. "A normalização da actividade de IDI trouxe para a TMG inúmeras vantagens, sobretudo na capacidade de estabelecer indicadores de desempenho, que permitem uma eficiente alocação de recursos aos diversos projectos de IDI, bem como a gestão dos resultados", diz António Manuel Gonçalves, presidente do conselho de administração. Mas "só desde a certificação é que se faz um esforço maior por compreender a contribuição da inovação para a actividade da empresa", explicou Elizabete Pinho, Directora Investigação, Desenvolvimento e Inovação.

A sua certificação ocorreu no âmbito da investigação, desenvolvimento e inovação em produtos e processos no revestimento de tecidos e no fabrico de folhas em materiais que usam como matérias - primas - base o cloreto de polivinilo, entre outros, em 2007.






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