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Apenas um terço das empresas ibero-americanas exportam, indica estudo

Exportações são calcanhar de aquiles das PME da América Latina. Inquérito mostra que, juntando Portugal e Espanha, as maiores dores de cabeça no espaço ibero-americano são inflação e falta de financiamento.

7. São Paulo
reuters
Apenas 35,6% das empresas exportaram nos últimos dois anos, de acordo com um estudo apresentado no âmbito do Fórum Ibero-Americano das pequenas e médias empresas, que tem lugar esta terça-feira em Lisboa.

"Uma elevada percentagem de empresas não iniciou procedimentos de exportação devido à falta de conhecimento dos mecanismos de acesso aos mercados internacionais (33.2%) e outra parte considera que o seu negócio ainda não tem produtos ou serviços que sejam exportáveis (20.2%)", adiantam os autores.

O inquérito, numa iniciativa conjunta da Secretaria-geral Ibero Americana, do Conselho de Empresários Ibero Americanos e da Federação Ibero Americana de Jovens Empresários, abrange 2.274 micro, pequenas e médias empresas de 22 países, incluindo 217 de Portugal, 189 de Espanha e 93 do Brasil.

Em termos de volume de negócios, para metade das empresas que exportam, essas vendas representam apenas 25% das receitas totais. "Podemos indicar que, para a maioria das empresas inquiridas, as exportações ainda estão longe de desempenhar um papel central na sua atividade", conclui o estudo.

O enfoque é colocado nos 19 países da América Latina, porque "a baixa presença" de micro, pequenas e médias empresas (MPME) nos mercados internacionais é visto como "um importante travão ao crescimento".

"Relatórios anteriores identificam os fatores financeiros e tecnológicos como os principais obstáculos, acompanhados da burocracia administrativa e dificuldades aduaneiras, barreiras relevantes à expansão de qualquer negócio", lembra o relatório, argumentando os autores que "talvez esta seja uma das variáveis que mais diferencia a América Latina da Península Ibérica, cujas MPMEs costumam ser exportadoras muito mais ativas, produto das políticas de apoio e incentivos públicos e da sua inserção em cadeias de valor globais".

Em relação ao financiamento, "para 64% das MPME ibero-americanas, a principal fonte para dar início à empresa é através de recursos próprios. Só 14% recorre a financiamento bancário e 7% à ajuda de amigos ou familiares. Financiamento não bancário, crowdfunding/investidores privados e subsídios públicos valem 3% cada.

E no capítulo da digitalização, 43% referem que, "embora tenham percorrido um longo caminho nos últimos tempos, ainda têm algum caminho a percorrer para atingir um elevado nível de maturidade digital".

Os principais desafios identificados são a inflação (45,6%), seguida pela falta de financiamento (19.5%), mas, apesar do atual contexto, "59,3% das MPMEs considera que a sua situação irá melhorar daqui a um ano". Em todos os setores, o otimismo supera os 50%, excepto na Construção (43.5%) e na Mineração (47.4%).
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