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32 Senses Advanced Oral Care: Massagens no dentista

Um empreendedor do Porto descobriu uma brecha no saturado mercado dos serviços médico-dentários. Abriu duas clínicas onde a oferta inclui massagens na cadeira do dentista.

30 de Maio de 2013 às 10:15
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Sente-se quase como se não estivesse numa cadeira de dentista e relaxe. É esta a sensação que a terapia linfo-energética procura atingir no paciente através de massagens no rosto e no pescoço antes e após as intervenções médicas, podendo, no limite, "excluir a necessidade do uso de fármacos". Esta técnica, de utilização "inédita" no sector da saúde oral, é uma das atracções das duas clínicas "premium" 32 Senses Advanced Oral Care (AOC), em Lisboa e no Porto.


A explicação é de Afonso Barros, empreendedor, de 38 anos, que inaugurou, no início de 2013, este conceito na medicina dentária. Através da 32 Senses, o empreendedor já trabalhava no ramo desde 2011 em segmentos acessíveis a mais carteiras (ver caixa). Foi por andar nestas lides que se apercebeu do nicho de oportunidade no segmento "premium" pois "a oferta é escassa" e as opções existentes são, "invariavelmente, pouco interessantes e pouco diferenciadas".


O conceito estava encontrado: iria aliar saúde oral 'topo de gama' a espaços de bem-estar. Em São Paulo, no Brasil, encontrou reunidas quase todas "as características que tinha imaginado para um conceito como este". Testar algo idêntico em Portugal foi o que fez em Lisboa, naquela que seria a primeira clínica 32 Senses AOC. Bem sucedido no teste, seguiu-se o Porto.


Marcar a diferença
Para "marcar a diferença no mercado", a oferta destas clínicas promete casar a saúde oral e a medicina estética facial e é vocacionada para "pessoas extremamente exigentes que esperam mais do que a simples satisfação das necessidades funcionais de saúde". A aposta neste segmento elevado é fácil de explicar: "trata-se do menos afectado pela actual conjuntura económica". E, dentro deste segmento, os pacientes estrangeiros vão contribuir de "forma significativa" para a facturação no primeiro ano de actividade, que o empreendedor prevê possa atingir cerca de dois milhões de euros. O peso destes clientes - "essencialmente angolanos que aproveitam a sua deslocação a Portugal em negócios ou em lazer, para usufruir deste serviço médico" - "fez-se sentir na facturação" logo no primeiro mês de actividade.


As clínicas 32 Senses AOC de Lisboa e do Porto "são as primeiras de um plano de expansão ambicioso", explica o empreendedor. Afonso Barros traça as localizações das futuras unidades a norte, centro e sul de Portugal. Está prevista a abertura de mais três clínicas, até final de 2014, sendo a Linha de Cascais um dos locais escolhidos. A quinta unidade deverá abrir portas no Algarve e "todas ficarão situadas em zonas nobres".


O modelo de negócio atraiu a atenção de outros países e o empreendedor garante existirem "solicitações" para o desenvolver em várias geografias, nomeadamente Emirados Árabes Unidos, Angola e Moçambique.

 

 
Faltava a gestão
Afonso Barros é um homem do Porto, a cidade onde cresceu e que escolheu para trabalhar. Enquanto universitário, na Faculdade de Economia do Porto, fez os últimos anos do curso fora. Estudou em Barcelona e em Londres, depois fez um MBA, no INSEAD, em Singapura. Antes de criar a empresa, que evoluiu para grupo da área da medicina oral, o gestor trabalhou no Banco Mello, Ernst & Young e PricewaterhouseCoopers. Quando, em 2005, voltou a 'casa', "pelas saudades e pelas raízes", foi para fazer nascer a 32 Senses, actualmente detida pela InterRisco, capital de risco da qual Afonso Barros é "managing partner". Não é dentista mas resolveu apostar no sector da medicina dentária por considerar que lhe "faltava gestão profissional". Na "esmagadora maioria" das 3.378 clínicas dentárias existentes no país, "é o médico dentista que centraliza tudo deixando para segundo plano a gestão, a marca e a comunicação".



À medida da carteira
O Grupo 32 Senses opera na área da saúde dentária e aposta em três segmentos distintos: conveniência, tradicional e, recentemente, "premium". Chegar a todas as carteiras é o objectivo. No segmento conveniência, a marca Smile.Up está direccionada para "pessoas que, no momento da escolha, privilegiam a acessibilidade quer geográfica, quer financeira, assim como a flexibilidade de horários", explica o promotor. Mais virada para o atendimento personalizado, a Alba Saúde Dentária é um conceito criado a pensar num segmento do mercado "mais tradicional que valoriza o estabelecimento de relações de confiança e de proximidade". O grupo tem 54 clínicas no país, resultado de um investimento que ronda 20 milhões de euros, cerca 350 colaboradores e 250 médicos dentistas. Outra área de negócio é a da formação, através da 32 Senses Academy, que "visa ser um agente de formação pós-graduada de excelência no campo da medicina dentária" e funcionará em dois pólos: no Porto, unidade que já está em actividade, e em Lisboa, centro que vai abrir durante 2013.  
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