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MERCADOS em 2017: focos de atenção

Lisboa continuará a ter uma bolsa?

30 de Novembro de 2007 às 18:28
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O peso do mercado de capitais português na economia continua a ser diminuto e a bolsa ainda não se afirmou como uma alternativa de financiamento face à banca. Será que dentro de uma década o cenário será diferente? João Duque, professor do ISEG, tem dúvidas. “As exigências de regulação e os custos que isso envolve deverão continuar a desincentivar as empresas”, diz. Mas o maior obstáculo é mesmo a mentalidade dos empresários: “as empresas não querem crescer”, afirma. Por isso, o professor de mercados financeiros não acredita numa mudança significativa no número de empresas cotadas na Bolsa de Lisboa.

José Gonzaga Rosa, “partner” da área de Transaction Advisory Services da consultora Ernst & Young, diz que a questão “depende de muitos factores, entre eles o nível das taxas de juro, e a evolução da taxa de poupança”. “Taxas de juro mais baixas, diminuem a atracção da solução de financiamento via mercado de capitais, já que o financiamento bancário torna-me mais atractivo em termos de preço, e é menos exigente em termos de regras de transparência”.

No limite, continuará a fazer sentido uma bolsa em Lisboa? “As bolsas são referenciais de valor, e nessa perspectiva, desempenham um papel fundamental para os respectivos accionistas. A especialização geográfica pode auxiliar nesta função. Porém há sempre um ‘trade-off’ entre esta função, e a densidade que o mercado oferece. Um mercado sem transacções, não é alternativa às restantes fontes de financiamento, e não desempenha correctamente o papel de sinalizador de valor. O futuro da bolsa em Lisboa vai depender da forma como estas duas forças se digladiam”, responde José Gonzaga Rosa. “A solução de financiamento via ‘private equity’ pode vir a assumir em Portugal importância crescente à semelhança do que sucede no resto da Europa”, acrescenta.

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