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Vodafone planeia entrar na "segunda volta" da guerra de conteúdos

O CEO da Vodafone, Mário Vaz, alertou que a guerra de direitos televisivos "vai ter que se repercutir no preço final" dos clientes. E vai entrar na segunda volta: na distribuição dos conteúdos.

Bruno Simão/Negócios
22 de Janeiro de 2016 às 00:46
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Nos últimos meses a Meo e a Nos assinaram contratos com os clubes de televisão no valor de 1,5 mil milhões. O mesmo número da queda das receitas do sector nos últimos cinco anos. A comparação foi feita por Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone, durante o jantar-debate da APDC que decorreu na quinta-feira, 21 de Janeiro.

 

A operadora ficou de fora desta guerra pelos direitos televisivos porque não faz parte da estratégia das subsidiárias do grupo britânico. "Nós não estamos nessa área em Portugal nem lá fora", lembrou Mário Vaz, acrescentando que os investimentos da operadora "são feitos com racionalidade" e o foco passa pela distribuição de conteúdos. "Não estamos a falar de comprar só por comprar", acrescentou, em alusão aos valores e periodicidade [10 anos] dos contratos que têm sido fechados pelos concorrentes.

 

Por estas razões, o gestor considera que a batalha travada recentemente pelo mercado de direitos de TV desportivos pelas rivais "é a primeira volta". "O que aconteceu até agora foi a aquisição de conteúdos desportivos. O que vai acontecer depois, a segunda volta, é a distribuição dos mesmos".

 

E vai ser nesta ronda que a Vodafone vai entrar. "A Vodafone está presente no negócio da distribuição", sublinhou, dando como exemplo a presença da Sport TV e da BTV na oferta de televisão paga da operadora. Uma situação que Mário Vaz tem certeza que não se irá alterar.

 

A exclusão de canais com a actual ou futura transmissão dos jogos do campeonato nacional de futebol do serviço da Vodafone "não passa de um cenário hipotético", sublinhou. E relembrou as recentes declarações do CEO da Nos, Miguel Almeida, quando garantiu que a intenção não era manter a BTV exclusiva na plataforma da Nos. Já a Sport TV, que tem a Nos como accionista, por imposição da Autoridade da Concorrência não pode ser exclusiva de nenhum operador.

 

Mário Vaz adiantou também que ainda não está a negociar a distribuição da BTV com a Nos, tendo em conta que o contrato da rival com o clube só arranca na próxima época desportiva. Mas irá negociar, garantiu. Até porque a saída destes canais da sua grelha não é uma hipótese para o responsável. "Agora, com que valores em que moldes é que não sei".

 

No entanto, Mário Vaz tem a certeza que esta batalha se vai reflectir no preço final, quer para os outros operadores quando tiverem que negociar a distribuição dos canais nas suas plataformas, quer para o cliente final. "Em 2018 (data a partir da qual a grande maioria dos contratos da Meo da Nos com os clubes entra em vigor) os valores vão ser substancialmente superiores", disse.

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