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Os media são como o lince ibérico: "poucos mas bons"

Francisco Pedro Balsemão, futuro CEO da Impresa, acredita que os media vão continuar a ter o seu valor. Recusa a imagem do "dinossauro", preferindo a comparação a um lince ibérico: "poucos mas bons".

Bruno Simão
02 de Março de 2016 às 18:54
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Com a migração dos leitores para a esfera digital, os media e os anunciantes foram obrigados a seguir a tendência. Um caminho que ainda estão a percorrer, e ao qual se tentam adaptar.

 

De acordo com as previsões apresentadas esta quarta-feira por Alberto Rui, CEO Mediabrands Portugal, durante um debate sobre o futuro do sector dos media, até 2020 o peso do investimento publicitário no digital vai crescer mais de 12%, enquanto na televisão e nos outros meios será pouco mais do que 3%. E, dentro do segmento digital, o mobile vai pesar 51%.

 

Números que assustam um pouco os "players" do sector: "Ainda bem que este debate não foi há uns meses. Estou a quatro dias de ser CEO da Impresa e estou um pouco deprimido", brincou Francisco Pedro Balsemão, membro da comissão executiva da dona da SIC.

 

Apesar das previsões para o panorama dos media não serem das mais positivas o futuro líder da Impresa, a partir de domingo, recusa-se a cruzar os braços e acredita que é possível inverter a situação.

 

Francisco Pedro Balsemão não tem "dúvidas que os media têm o seu valor e continuarão a tê-lo". E considera as notícias sobre a morte do papel "exageradas. Não correspondem à realidade. E temos de mostrar o porquê de sermos realmente valiosos nesta cadeia", sustentou.

 

Como? "Antecipando tendências. Não há outra maneira", argumentou. "Muitas vezes há a imagem do dinossauro. Mas não somos. Estamos sempre um passo à frente. A imagem do dinossauro para mim não cola. Gosto mais da imagem do lince ibérico: poucos mas bons".

 

O novo líder da dona da SIC, em substituição de Pedro Norton, deu ainda como exemplo a introdução de conteúdos do grupo criado por Francisco Balsemão no Netflix.

 

"Vai resolver todos os problemas? Não creio. Mas temos que ir tentando novas oportunidades. Temos de ter um planeamento estratégico de como distribuir os conteúdos".

 

A importância dos conteúdos em português também foi sublinhada pela presidente executiva da dona da TVI.

 

Rosa Cullell começou por recordar que não é "de um país grande e a minha língua (catalão) não é falada por muitas pessoas, mas mesmo assim conseguimos exportar conteúdos incluindo para os EUA. E esse é o espírito", sugeriu.

 

"As pessoas não vão pagar por tudo o que aparece no digital. Vão pagar por aquilo que acham que tem valor", alerta. E, continua, "as pessoas querem ter conteúdos na sua língua, em português. Temos que produzir em português e inventar formatos. Se continuarmos a legendar estão estamos mortos como empresa de media, a indústria vai continuar".


A líder da Media Capital aproveitou ainda para relembrar que apesar da forte adesão dos consumidores ao digital, ainda "há pessoas que ficam quatro horas todos os dias à frente da TV. Não as podemos esquecer. Nem os anunciantes", acrescentou.
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