Notícia
Lucros da Impresa caem 63,4% para 4 milhões de euros
No ano passado os lucros da Impresa diminuíram 63,4% devido à queda dos proveitos com as chamadas telefónicas, populares nos concursos de televisão, e dos custos de reestruturação no valor de 3,8 milhões de euros.
A Impresa fechou 2015 com um resultado líquido de quatro milhões de euros, uma queda de 63,4% face ao período homólogo, de acordo com um comunicado emitido à CMVM esta sexta-feira, 4 de Março.
A dona da SIC e do Expresso justifica esta queda com a redução, principalmente no primeiro semestre, da margem de concursos com participação telefónica nova montante de 8,9 milhões de euros.
Os resultados foram ainda impactados por "perdas cambiais no valor de 3,6 milhões de euros" e "de custos de reestruturação no montante de 3,8 milhões de euros", de acordo com o mesmo documento. Excluindo estes custos (de reestruturação), os lucros seriam de 6,8 milhões de euros, menos 40% face ao ano anterior.
No total, os custos operacionais aumentaram 1,2% para 208 milhões de euros. "Ajustados dos custos de reestruturação, os custos operacionais teriam descido 0,3%", detalha o grupo de media, que a partir de domingo vai ser dirigido por Francisco Pedro Balsemão, em substituição de Pedro Norton (na foto).
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) situou-se em 22,5 milhões de euros, menos 29,4% face ao mesmo período do ano passado. Já a margem EBITDA foi de 9,8%, um valor que compara com os 13,4% registados em 2014.
No final de 2015 a dívida líquida do grupo fundado por Francisco Pinto Balsemão situou-se em 178,8 milhões de euros, uma redução de 3,1% face ao mesmo período do ano passado.
As receitas consolidadas alcançaram 230,9 milhões de euros, uma queda de 2,9%. O segmento "publishing", do qual fazem parte títulos como o Expresso, Visão ou Blitz, liderou as quedas, com uma redução de 5,1% para 55,7 milhões de euros, enquanto as receitas televisivas caíram 2,2% para 173 mil euros, apesar do aumento de 11,7% das receitas provenientes da subscrição de canais.
Esta rubrica também foi afectada pela redução das receitas das chamadas telefónicas, populares nos concursos de televisão. Aliás, os proveitos destas chamadas representaram "mais do que a redução global das receitas consolidadas".
As receitas publicitárias da SIC atingiram 93,8 milhões de euros, uma queda de 0,8%. No total, apesar da queda, os proveitos da publicidade representaram 54% do total das receitas da SIC.
No segmento do "publishing", o investimento publicitário caiu 5,6% para 55,7 milhões de euros, apesar do contributo da área digital, como o Expresso Diário, "que já representou 12% da totalidade das receitas de publicidade do 'publishing'".
As receitas de circulação seguiram a mesma evolução negativa, tendo caído 2,7% para 25 milhões de euros. Uma descida que, segundo a Impresa, "foi atenuada pelo bom comportamento das assinaturas digitais", que cresceram 16% representado agora 4,2$ do total das receitas de circulação.
Quanto às perspectivas para 2016, a Impresa sublinha que "vai continuar a manter um apertado controlo dos custos operacionais", tendo como como expectativa atingir uma "melhoria dos indicadores operacionais e dos resultados líquidos e continuação da redução do passivo remunerado", lê-se no mesmo documento.