Notícia
Portugal acima da média da UE nos conteúdos desportivos online pagos
Apenas um quarto dos utilizadores de internet em Portugal pagou por um serviço online em 2016. O único conteúdo pago com penetração acima da média da União Europeia são os eventos desportivos.
Os portugueses usam, cada vez mais, os serviços de chamadas e mensagens instantâneas, como o WhatsApp ou Messenger. No ano passado, 39% dos utilizadores de internet portugueses efectuaram chamadas de voz ou vídeo através destas plataformas, um número que está em linha com a média da União Europeia e que representa uma subida de 2% face a 2015, de acordo com o relatório sobre serviços over-the-top (OTT) divulgado esta quinta-feira pela Anacom.
Já no consumo de séries e filmes não linear, através de serviços de streaming como o Netflix, FloxPlay e Nplay (da operadora Nos), os portugueses não seguem o mesmo ritmo dos congéneres europeus.
A baixa penetração destes serviços streaming, que requerem o pagamento de uma mensalidade, explica-se pela pouca disponibilidade dos portugueses em pagar por conteúdos online.
Segundo o relatório divulgado pelo regulador das comunicações "os dois principais critérios para a escolha do tipo de serviço utilizado no acesso a conteúdos de música e filmes/séries online pelos utilizadores portugueses foram o acesso "gratuito" (85% e 78%, respectivamente) e a "inexistência de anúncios" – 56 e 53%, respectivamente". O critério do acesso gratuito foi referido com maior frequência pelos portugueses em comparação aos restantes consumidores europeus inquiridos.
Aliás, Portugal ocupa o 1º lugar do ranking na utilização exclusivamente gratuita de música online (86%) e a 2ª posição no acesso gratuito a vídeos online (75%), jornais e revistas (75%) e filmes e series (66%).
E segundo o mesmo estudo, apenas um quarto dos utilizadores de internet portugueses afirmou ter pago por algum serviço utilizando na internet, menos 8 pontos percentuais que a média da UE.
A única excepção neste campo está relacionada com o desporto. O único conteúdo pago em que a Penetração em Portugal se encontra acima da média são os eventos desportivos.
A provar está a baixa adesão pelos portugueses a serviços de streaming pagos. Tendo em conta o universo de utilizadores de internet cerca de 9% referiram que "visualizam conteúdos de vídeo a partir de serviços "on demand", como o Netflix, que requer o pagamento de uma mensalidade. O que coloca Portugal 12 pontos percentuais abaixo da média da UE.
Alargando ao total de indivíduos inquiridos, com idades compreendidas entre os 16 aos 74 anos, a posição de Portugal não melhora, situando-se em 22º lugar com uma penetração de 6%, segundo o mesmo relatório disponibilizado pelo regulador do sector de comunicações.
Já de acordo com o Barómetro de Telecomunicações da Marktest, relativo ao terceiro trimestre de 2016, a percentagem de inquiridos com 10 ou mais anos que afirmaram subscrever ao Netflix, que chegou a Portugal em Outubro de 2015, era de 2%.
Apesar da baixa penetração, a plataforma norte-americana lidera o segmento em Portugal. A penetração dos restantes serviços existentes em território nacional era inferior a 1%.
Entre os subscritores do Netflix, a maioria acede através do telemóvel ou tablet. Enquanto três em quatro utilizadores assistem aos filmes e séries através de aplicações móveis, 31% acede através da box do prestador de televisão paga. Em Portugal, foi a Vodafone que ficou com a distribuição exclusiva do Netflix directamente através da box.