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Nuno Artur Silva está a "trabalhar há duas semanas" no projecto do novo DN

O antigo administrador da RTP Nuno Artur Silva está a trabalhar "há duas semanas" no projecto de curadoria do caderno 1864 do Diário de Notícias (DN), disse hoje, em entrevista à Lusa, a directora executiva do jornal, Catarina Carvalho.

Miguel Baltazar/Negócios
Lusa 14 de Junho de 2018 às 23:02

Nuno Artur Silva (na foto) "vai fazer parte da curadoria do projecto 1864", incluído na nova 'fase' do DN, que passa a ser digital e tem uma edição publicada em papel uma vez por semana, ao domingo, cujo lançamento acontece a 1 de Julho.

 

O projecto 1864 (ano em que foi criado o DN) é um caderno dedicado a um tema apenas, mas que vai ser tratado com grande cuidado e arte jornalística, adiantou Catarina Carvalho.

 

Diferente do habitual, não vai ter apenas reportagens, mas também ideias e formas de tratar o assunto no papel e vai ser um projecto diferente do que existe actualmente no jornalismo, segundo a directora executiva.

 

O antigo administrador da RTP, que terminou funções na estação pública a 1 de Junho, depois de três anos de mandato, está a trabalhar "há duas semanas" nas ideias do projecto 1864, acrescentou Catarina Carvalho. "No fundo, o projecto 1864 é um projecto de ideias", concluiu.

 

Questionada sobre como vê a imprensa em Portugal nos próximos cinco anos, a directora executiva do jornal detido pela Global Media Group afirmou: "Acho que a tendência vai ser no sentido de os conteúdos serem pagos, os conteúdos de qualidade".

 

Além disso, "a tendência vai ser para haver uma diminuição do peso da publicidade tradicional dentro dos meios, quer sejam meios 'online', quer sejam em papel" e "acho que vai haver uma maior ligação com os leitores e os leitores vão estar mais atentos àquilo que se passa nas suas comunidades".

 

Catarina Carvalho considerou ainda que vai haver uma divisão entre o mundo como é visto hoje, onde existem pessoas e países que fecham as suas fronteiras, como o caso recente do navio Aquarius que transportava refugiados que Itália recusou receber, "e o mundo mais aberto".

 

"No DN não queremos ser um mundo fechado, não queremos ter uma posição política como outros órgãos de comunicação social têm em Portugal, queremos abrir ao pensamento, ao debate", sublinhou, salientando que a equipa do jornal é plural.

 

Questionada sobre se a nova estratégia do DN poderá servir de tendência no mercado, Catarina Carvalho afirmou: "Podíamos falar disso daqui a cinco anos e podíamos apostar que sim".

 

E explicou: "Acho que toda a gente vê a degradação enorme que existe no mercado de papel do ponto de vista da publicidade e também acho que do ponto de vista daquilo que é a atitude da publicidade, o que vai acontecer, eu acho que aí o DN vai tentar fazer isso em passos pequenos, (...), o que "os jornais têm de passar a ser são marcas de media que estão na vida das pessoas e no dia-a-dia das pessoas".

 

E além disso passar a estar "de volta ao quotidiano das suas cidades" e das "comunidades onde eles se integram", razão pela qual o DN vai voltar a apostar no local e Lisboa voltará a ter destaque.

 

"Não vamos fazer jornalismo engraçadinho não vamos fazer ideias cómicas, porque somos giros. Não vamos ser isso, o DN não é isso, o DN é um jornal com 154 anos, que sempre foi sério, que sempre foi conservador, que sempre foi um bocado o contrário de todo o 'buzz' de lixo informativo que existe hoje em dia na Internet", afirmou.

 

No 'site', o DN vai ter uma área dedicada ao 'podcast' e uma área dedicada ao vídeo, com reportagens, notícias e informação explicada às pessoas, segundo a responsável.

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