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Novo modelo da RTP prevê diminuição de trabalhadores
O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional pretende diminuir os quadros de pessoal da RTP, considerando que “a empresa tem mais recursos humanos que o necessário”. Miguel Poiares Maduro diz desconhecer um plano para um despedimento colectivo no operador público de media.
“Os custos dos recursos humanos são mais altos do que os custos de grelha, o que é inédito e não me parece aceitável. Os recursos humanos terão de diminuir, mas não será de forma a ter um impacto negativo no cumprimento do contrato de concessão”, afirmou hoje Poiares Maduro na Comissão de ética da Assembleia da República.
O ministro, no entanto, não adiantou os pormenores relativos ao modelo de financiamento. “A RTP vai ter financiamento para cumprir este contrato de concessão. Os detalhes estão a ser discutidos com a administração. Permitirá dar estabilidade à empresa num horizonte plurianual”, complementou o ministro.
O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional apresenta esta manhã na Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação as ideias do Governo para o futuro da RTP e da agência Lusa. Às 17h30, Poiares Maduro irá à estação pública dar a cara pelo projecto, num encontro com a administração da empresa e os trabalhadores, indicou à Lusa fonte oficial.
O ministro-adjunto, que tem a pasta da comunicação social, deverá informar o Parlamento sobre como vai a RTP ultrapassar necessidades de financiamento suplementar na ordem dos 20 milhões de euros - para além dos cerca de 140 milhões provenientes da contribuição para o Audiovisual -, destinados a suportar o serviço internacional - RTP Internacional e RTP África - e o arquivo.
Durante a audição parlamentar, a deputada do Bloco de Esquerda Cecília Honório confrontou o ministro com a possibilidade de vir a existir, no futuro, um despedimento colectivo no operador público de media, informação que a deputada referiu resultar de reuniões entre as entidades representantes dos trabalhadores e a administração da empresa.
Poiares Maduro afirmou não ter "conhecimento de um despedimento colectivo". "É conhecido que a RTP vai diminuir os seus recursos humanos. O que passa por um processo de rescisões voluntárias. Solicitei à administração da RTP a análise dos serviços, para ver onde há excesso de recursos humanos. A discussão passa por saber em que áreas faz sentido a RTP promover o mercado audiovisual independente. O que implica a diminuição dos recursos humanos alocados a essas áreas", esclareceu o ministro.
Este ano, no âmbito de um plano de rescisões voluntárias, ficou acordada a saída de 180 trabalhadores da RTP.
(notícia actualizada com mais informação às 12h25)