A Newshold, grupo de capital angolano proprietário do semanário Sol, deverá assumir nos próximos dias a propriedade do jornal i, avança o Expresso, na sua edição online. A operação deverá resultar na junção das duas redacções no mesmo edifício, em Queijas, concelho de Oeiras, até ao final do mês, e terá estado na origem da saída do director do i, que foi comunicada esta manhã à redacção.

Eduardo Oliveira e Silva, anunciou que vai cessar funções na quarta-feira, depois de dois anos e meio à frente do i. "Comunico que deixo as funções de director do jornal i no próximo dia 3 de Setembro", referiu Eduardo Oliveira e Silva numa nota divulgada hoje na empresa e citada pela Lusa.

O actual director-adjunto do jornal, Luís Rosa, vai ser o novo director da publicação e, de acordo com a Lusa, o antigo director do jornal A Capital, Luís Osório, vai fazer parte da nova direcção. A actual directora-adjunta do i, Ana Sá Lopes, passa a redactora principal, mas a direcção manterá um terceiro elemento, cujo nome ainda não é conhecido.

Recentemente, Manuel Cruz e Pedro Costa, presidente e administrador da Sojormedia (empresa que assumia a propriedade do i), respectivamente, anunciaram aos trabalhadores o final da sua ligação ao jornal. Em 2012, quando Manuel Cruz comprou a posição de Jaime Antunes na Sojormedia, circularam rumores de que a operação teria sido indirectamente apoiada pela Newshold.

Recorde-se que em 2012, a Newshold também manifestou publicamente o seu interesse no processo de privatização da RTP. Ao mesmo tempo, a empresa de capital angolano detém actualmente uma participação de 12,21% na Cofina.

No final de 2012, Álvaro Madaleno Sobrinho decidiu revelar quem eram, na altura, os accionistas da Newshold. O empresário disse ser sócio, em partes iguais, de Carlos de Oliveira Madaleno, Generosa Alves dos Santos e Silva Madaleno, Sílvio Alves Madaleno e Emanuel Jorge Alves Madaleno da Pineview Overseas, na sociedade com sede no Panamá que detém a maioria do capital da Newshold.

A composição accionista da empresa "offshore" foi divulgada publicamente depois de Álvaro Sobrinho ter obtido uma autorização expressa dos restantes accionistas, todos na sua esfera familiar, para responder ao interesse manifestado por diversos órgãos de comunicação social nacionais.