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Jornal Público abre programa de rescisões com trabalhadores
O jornal Público abriu um programa de rescisões voluntárias, a que os trabalhadores podem aderir até 6 de Janeiro próximo, no âmbito de uma reestruturação mais alargada, que inclui o fim da publicação da revista 2 já em Janeiro.
A administração do Público enviou esta quinta-feira, 10 de Dezembro, uma carta aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, na qual fala nas dificuldades de viabilidade que o jornal enfrenta e na necessidade de reduzir custos, o que passa por um programa de rescisão voluntária.
"Para o efeito e num primeiro momento, convidamos os nossos trabalhadores e outros colaboradores a avaliarem e decidirem da oportunidade de cessação da respectiva relação contratual, por acordo e em condições financeiras mais favoráveis do que as previstas na lei", lê-se do documento, que acrescenta que os trabalhadores podem aderir ao programa de rescisões até 6 de Janeiro, sendo objectivo da empresa concluir esse processo até ao dia 15.
A carta diz ainda que, uma vez que a necessidade de reduzir custos com pessoal é um "objectivo inelutável", a empresa "não põe de parte a necessidade de recorrer a outras medidas para cumprir o mesmo propósito, caso a execução do plano agora dado a conhecer não atinja dimensão adequada às necessidades de reestruturação".
Outra das medidas que vão avançar desde já é "o termo da publicação impressa da Revista 2 prevista para o início do próximo mês de Janeiro", com a administração a dizer que a poupança conseguida não é suficiente, motivo pelo qual se vê "forçada a prosseguir com a restruturação do Público, para obter também redução de custos com pessoal".
Segundo a administração do jornal Público, que é detido pela Sonaecom, a reestruturação feita há três anos foi uma "decisão acertada" e, após o lançamento de sistema de 'paywall' (ferramenta que protege e restringe acesso a conteúdo; no caso do Público ao fim de algumas visualizações o leitor tem de pagar para ver as notícias na totalidade), houve a triplicação do número de assinantes para a média de 12,5 mil assinaturas em 2015.
No entanto, diz, a venda de conteúdos digitais ainda é "largamente insuficiente para compensar a quebra de vendas em banca".