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Impacto da pandemia em Hollywood custa milhões a seguradoras
A maior seguradora da Europa, a Allianz SE, está a preparar-se para uma chuva de reclamações de seguro, depois de os estúdios de televisão e de cinema terem sido forçados a reduzir a sua produção na pandemia.
Uma unidade da Allianz, que se intitula como a maior seguradora dos estúdios de Hollywood, reservou, este ano, cerca de 488 milhões de euros para reclamações de crédito relacionadas com o coronavírus, grandes parte das quais da indústria do entretenimento. Com as filmagens interrompidas ou reduzidas, no auge do surto, as produtoras cinematográficas procuram compensações.
De acordo com Thomas Sepp, diretor de sinistros da Allianz Global Corporate & Specialty, a retoma das produções cinematográficas "será lenta", especialmente nos estúdios dos EUA.
A indústria do entretenimento viu-se forçada a cancelar ou adiar a realização de grandes eventos - tal como os Jogos Olímpicos de Tóquio. As restrições impostas pela covid-19 encerraram teatros e cinemas e levaram o Cineworld Group Plc a anunciar, esta semana, que suspenderia temporariamente as suas atividades, tanto nos EUA como no Reino Unido.
As estações televisivas estão também elas numa luta contra o tempo, procurando, lentamente, normalizar as suas emissões.
Devido às reclamações ligadas à pandemia, só no primeiro semestre a Allianz sofreu um impacto de 1,2 mil milhões de euros nos seus lucros.
Esta situação já levou mesmo algumas seguradoras a deixarem de vender seguros para cobrir perdas nos negócios devido a pandemias.
Sepp diz que os novos contratos de produção de filmes vendidos pela Allianz não irão cobrir perdas relacionadas com a covid-19, "para que não se corram novos riscos".