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Dona do Público diz que greve dos jornalistas "é reflexo do desafio da reinvenção”

“Respeitamos o direito à greve”, afirmou um administrador da Sonae, que antecipou em 24 horas a apresentação de contas do grupo, que estava inicialmente marcada para amanhã, dia da primeira greve geral de jornalistas em mais de 40 anos.

João Günther Amaral, CDO da Sonae, esta quarta-feira, 13 de março, na apresentação de contas de 2023 do grupo. José Gageiro/Movephoto
Rui Neves ruineves@negocios.pt 13 de Março de 2024 às 15:33

A apresentação de contas da Sonae relativas a 2023, que estava há muito tempo marcada para quinta-feira, 14 de março - o mesmo dia da greve geral dos jornalistas - foi há uma semana reagendada para quarta-feira, tendo a respetiva conferência de imprensa sido realizada durante a manhã.

 

Questionada por um jornalista sobre esta matéria, a CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, endossou a missão a João Günther Amaral, Chief Development Officer (CDO) da Sonae. "Respeitamos o direito à greve", começou por afirmar Amaral, considerando que a greve geral de jornalistas é um "reflexo do desafio de reinvenção" que a comunicação social enfrenta em todo o mundo.

 

"Entendemos que o que está a acontecer é reflexo do enorme desafio que os meios de comunicação social enfrentam hoje em dia, não só em Portugal, mas na Europa e no mundo. E que é um desafio de reinvenção, com tudo o que está a acontecer ao nível das plataformas digitais e da canalização dos meios que eram investidos em jornais e que geravam as receitas dos jornais e de outros meios de comunicação social, e que estão a ser canalizados para outro lado", explicou o CDO da Sonae.

 

Sinalizando que se vive atualmente "um momento de reinvenção do que vai o ser futuro de cada uma dessas plataformas", concluiu que "é nesse contexto que aparece este momento, em que pela primeira vez em 40 anos há uma greve de jornalistas".

 

O Sindicato dos Jornalistas agendou uma greve geral para 14 de março contra os baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho do setor.

 

Entretanto, os trabalhadores do Público – que é detido pela Sonae, através da Sonaecom -, reunidos em plenário há uma semana, consideram essencial que a empresa garanta aumentos salariais este ano face "à prolongada ausência" de atualizações remuneratórias e à subida do custo de vida.

 

"Perante o forte sinal de descontentamento que acreditamos sairá da greve [geral de jornalistas] de 14 de março de 2024, o plenário de trabalhadores convida o conselho de administração a apresentar uma proposta de aumentos salariais, para apreciar num próximo plenário", lê-se num documento com a posição coletiva dos trabalhadores do jornal.

 

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