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Comissão Trabalhadores defende que lucro da RTP impede despedimento colectivo

A Comissão de Trabalhadores da RTP defendeu hoje que deixou de haver razões para invocar qualquer despedimento colectivo na empresa face ao lucro de 40 milhões de euros em 2012 e que a restruturação deve voltar ao zero.

Gestor desiste de entrar na administração da RTP por causa do salário
22 de Maio de 2013 às 11:00
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"Há aqui grandes dúvidas, mas há uma coisa que podemos tirar já de imediato: um despedimento colectivo precisa de uma situação financeira frágil para o sustentar. Por isso, a partir de agora, deixou de existir essa pressão", afirmou hoje, em declarações à agência Lusa, Camilo Azevedo, da Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP.

 

Camilo Azevedo comentava dados hoje avançados pelo Diário Económico, lembrando que, "apesar de a CT ter pedido, os balancetes trimestrais, [estes] nunca foram entregues".

 

De acordo com aquele jornal, a RTP "lucrou cerca de 41 milhões de euros no ano passado, sobretudo devido a efeitos irrepetíveis como o não-pagamento dos dois subsídios aos trabalhadores e operações financeiras".

 

Face a estas contas, o representante dos trabalhadores sublinhou que "a massa salarial da empresa não corresponde aos 40 milhões. Os dois meses [subsídio de férias e subsídio de Natal, que não foram pagos em 2012] correspondem a muito menos".

 

Segundo adiantou, os membros da CT da RTP ficaram "surpreendidos" com os números hoje conhecidos, porque durante o ano foram "confrontados com várias notícias" que davam conta do contrário.

 

Além disso, Camilo Azevedo lembrou que "há mecanismos de gestão para se saber o que acontece ao longo do ano e não se aparecer agora, tirado da cartola, com estes milhões todos" e avançou com várias questões que defende deverem ser respondidas.

 

"A empresa ia pedir um empréstimo para financiar as rescisões. Como é que uma administração agora aparece com lucros, dizendo durante o ano que não existe dinheiro para as rescisões? Qual a razão para o canal 2 ter estado à míngua de financiamento para ter programação, e está com aquelas audiências irrelevantes?", questionou.

 

Em abril, o presidente do Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte, afirmou que o número de trabalhadores que tinham aderido ao plano de rescisões amigáveis estava acima de 180, mas que não permitia afastar a possibilidade de um despedimento colectivo.

 

Camilo Azevedo afirmou ainda que os números hoje conhecidos "tiram sustentabilidade ao plano de restruturação que foi entregue [ao Governo] no fim do ano e que foi apresentado pelo ex-ministro [responsável pela pasta da Comunicação Social] Miguel Relvas".

 

"Isto tudo, neste momento, tem de começar do zero. O senhor ministro tem que tomar conta disto e começar o processo do zero, porque isto, neste momento, não tem sustentabilidade", defendeu.

 

O Plano de Restruturação e Redimensionamento da empresa foi entregue aos deputados em Março pelo então ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

 

O plano tem como objectivo que o financiamento da RTP passe a ser feito através de 140 milhões de euros decorrentes da Contribuição do Audiovisual, em conjunto com 40 milhões de receitas comerciais, sendo que a equipa de Alberto da Ponte estima ainda um cenário de aumento das receitas comerciais na ordem dos 13% por ano em 2014 e 2015 para, respectivamente, 45 e 51 milhões de euros, fixando em 52 milhões de euros a previsão de receitas comerciais em 2016.

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