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Super Bock Group aumenta lucros para 51,3 milhões em 2017

A antiga Unicer, controlada pelo grupo Violas após saída do BPI, bateu o recorde de vendas de bebidas no ano passado, com o mercado interno a crescer a dois dígitos e a China a duplicar as compras de cerveja portuguesa.

Rui Lopes Ferreira, presidente executivo do Super Bock Group. Paulo Duarte/Negócios
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 31 de Julho de 2018 às 12:50

O Super Bock Group registou um resultado líquido de 51,3 milhões de euros em 2017, o que representou um crescimento de 34% face ao ano anterior. O grupo nortenho bateu também o recorde de vendas no final de um "ciclo de transformação iniciado há três anos [que] foi tudo menos fácil", como admite o presidente executivo.

 

Segundo o relatório de gestão publicado esta terça-feira, 31 de Julho, a empresa de bebidas facturou 521 milhões de euros no último exercício, o que compara com 451,3 milhões em 2016. A proprietária de 24 marcas, com sede em Leça do Balio, informou ainda que o EBITDA aumentou de 85,8 para 102,5 milhões de euros em 2017.

 

Num ano em que voltou a superar a barreira dos 100 milhões de litros de cerveja exportada, o principal destaque fora de portas, onde o negócio cresceu 39% (acréscimo de 31 milhões de euros), vai para a duplicação das vendas na China, onde se posiciona como marca "premium" importada e que já vale 40% das exportações. O mercado interno também contribuiu para os resultados com uma subida homóloga de 10% nas vendas, equivalente a 38 milhões de euros adicionais.

 

"Este foi um ano marcante em que assumimos uma nova identidade corporativa, celebrámos o 90º aniversário da Super Bock e tivemos os melhores resultados de sempre, com um volume de vendas de 521 milhões de euros. Reforçámos lideranças no mercado interno, crescemos significativamente na China, hoje o nosso segundo mercado, e prosseguimos o investimento noutras geografias", destacou Rui Lopes Ferreira.

 

Este foi um ano marcante em que assumimos uma nova identidade corporativa, celebrámos o 90º aniversário da Super Bock e tivemos os melhores resultados de sempre. rui lopes ferreira, ceo do super bock group


O homem que em Julho de 2015 ascendeu de vice-presidente a CEO recordou que "o ciclo de transformação iniciado há três anos foi tudo menos fácil". "Em 2015 perdemos Angola como principal mercado de exportação, fechámos uma fábrica [de refrigerantes] em Santarém, avançámos com uma reestruturação difícil que abrangeu transversalmente todas as nossas equipas e se traduziu numa redução da nossa força de trabalho em cerca de 15%", detalhou.

 

Por outro lado, acrescentou o gestor, a antiga Unicer – desde Fevereiro tem o grupo Violas como accionista maioritário, após o BPI vender a participação que detinha na Viacer – investiu neste período também "em maior capacidade fabril nos domínios de cerveja e águas", foi "à procura de novos mercados", criou em Moçambique a sua primeira operação de raiz fora de Portugal e recolocou "o mercado interno na senda do crescimento".

Homens na fábrica e sindicatos à porta

Ao nível do investimento, o Super Bock Group reportou investimentos na ordem dos 30 milhões de euros em 2017, mais seis milhões do que no período homólogo, reflectindo uma estabilização no plano da empresa cervejeira "após a conclusão do projecto de reorganização e modernização industrial e logística em Leça do Balio".

 

Fruto de um ligeiro crescimento homólogo de 3%, o número de funcionários reportado em 2017 foi de 1.278, dos quais 1.066 são efectivos e a esmagadora maioria (96%) trabalha em Portugal. Há muito mais homens (69%) do que mulheres (31%) e apenas um em cada cinco trabalhadores (21%) é sindicalizado. Fazendo as contas aos gastos com pessoal e ao trabalho temporário, o custo somado cresceu de 49,1 para 52,4 milhões de euros no último exercício.

Na área do turismo, em que tem duas operações em Trás-os-Montes, o grupo reportou uma melhoria do EBITDA de 59% face a 2016, com aumento de 13% das receitas e uma diminuição dos gastos a rondar 23%. No Pedras Salgadas SPA & Nature Park destacou uma taxa de ocupação de 50%, cinco pontos percentuais acima do ano anterior; e em Vidago, onde a ocupação se ficou pelos 45%, as receitas de alojamento equivaleram a quase metade do total, seguidas pelas provenientes da restauração (36%) e do golfe (8%), em que notou um "crescimento do mercado estrangeiro como efeito da aposta na internacionalização".

Produção de malte a crescer com cevada do Alentejo e Ribatejo

O volume de vendas da Maltibérica, a empresa de produção de malte detida pelo Super Bock Group (SBG) e pela francesa Malteurop, aumentou 5% em termos homólogos, com o principal accionista a não detalhar o valor em euros e a garantir apenas que os resultados líquidos e operacionais "cresceram de forma relevante" em 2017 e que houve também uma "consolidação da base de clientes". A empresa com sede no Poceirão (distrito de Setúbal), resultante de uma parceria com os franceses da MaltEurop desde 1991, voltou a aumentar as áreas cultivadas e quantidades obtidas até Dezembro. O SBG destaca a "continuidade do trabalho de fomento e incentivo ao cultivo de cevada dística cervejeira, em particular no Alentejo e Ribatejo", já que o objectivo passa por aumentar os produtores nacionais desta matéria-prima essencial para a produção de malte e para o sector cervejeiro.

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