Notícia
Sumol+Compal avança com despedimento colectivo de 70 pessoas
Administração do grupo justifica reestruturação como forma de garantir “a sustentabilidade económica da empresa” de bebidas
O grupo fabricante de sumos e néctares Sumol+Compal vai avançar com o despedimento colectivo de 70 colaboradores, avançou esta quinta-feira a cotada na bolsa nacional, em comunicado enviado às redacções. No relatório de 2011, a empresa contava em 1.400 os colaboradores directos.
“Perante o actual cenário de crise”, explica a administração na mesma nota, “a empresa decidiu avançar com um processo de reestruturação que passará pela alteração do seu modelo organizacional e pelo reajuste de diversos processos, o que implica a redução de cerca de 70 postos de trabalho”. A reestruturação, que irá alterar o “modelo organizacional” da Sumol+Compal e pelo “reajuste de diversos processos” na empresa, é “de carácter transversal, mas tem particular incidência nas áreas de vendas e de logística”, acrescenta .
O grupo adianta que “a figura jurídica escolhida” para o corte de postos de trabalho “foi o despedimento colectivo, por se considerar ser aquela que melhor defende os colaboradores abrangidos por este processo”. Defende ainda a administração da Sumol+Compal que “proporcionou condições indemnizatórias acima do mínimo legal”, sem contudo quantificar, e que “contratou uma empresa de ‘outplacement’ para apoiar a reintegração destes colaboradores no mercado de trabalho”.
Como justificação, a companhia que detém operações em Portugal e Moçambique, afirma que “não tem estado imune” ao “cenário recessivo” decorrente do “impacto conjugado da crise económica e do agravamento da carga fiscal nos hábitos de consumo dos consumidores portugueses”, que “têm afectado negativamente a generalidade das empresas”. Recorda que esse contexto foi aliás visível na “penalização dos resultados da empresa nos últimos dois anos”, nomeadamente até o último trimestre conhecidos: entre Janeiro e Setembro de 2012 “a empresa sofreu uma quebra de 14% das vendas em Portugal”.
“Com a actual reestruturação”, assegura a administração da Sumol+Compal, é pretendido “garantir a sustentabilidade económica da empresa”, dotando-se a companhia “de melhores condições para que possa voltar a crescer num futuro próximo”, prevê.
A companhia espera que a concretização do processo garanta “a todas as pessoas envolvidas um tratamento com respeito, lisura e dignidade, salvaguardando a defesa dos seus interesses”. José Paulo Machado, director de pessoas, comunicação e sustentabilidade da Sumol+Compal citado na nota às redacções, defende que o objectivo é levar a empresa “a ajustar-se aos novos desafios que tem pela frente, dotando-a dos recursos e estrutura organizativa necessários para uma operação mais eficiente e permitir, de forma sustentada, um continuado crescimento da empresa com a consequente criação de valor”.
A Sumol+Compal detém quatro unidades fabris em Portugal – Almeirim (sumos sem gás e vegetais), Gouveia (Água Serra da Estrela), Pombal (refrigerantes) e Vila Flor (Frize).