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Sueca de Nelas salva 225 empregos com fabrico de máscaras

Com quebras de 60% nos tecidos para a indústria automóvel, a têxtil Borgstena investiu 3,6 milhões de euros na expansão da unidade industrial do distrito de Viseu e em máquinas para fazer 15 milhões de máscaras por mês.

03 de Junho de 2020 às 14:37
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A Borgstena Textile Portugal, fabricante de tecidos para a indústria automóvel, vai retirar cerca de 225 trabalhadores do regime de "lay-off" para iniciar a produção de máscaras contra a covid-19 na unidade industrial de Nelas, que em 2019 exportou 85 milhões de euros e é uma das maiores empregadoras do distrito de Viseu, com um total de 600 trabalhadores.

 

Contabilizando uma quebra homóloga nas vendas de 60% durante os meses de abril e maio devido à pandemia, a empresa de origem sueca investiu 3,6 milhões de euros na extensão da área produtiva em 2.800 metros quadrados e na compra de equipamentos para a produção de "Não Tecido Meltblown" (matéria-prima), de máscaras cirúrgicas e de tipo FFP, e também para a injeção das cápsulas.

 

"Prevendo uma retoma lenta do setor automóvel, numa tentativa de evitar reduzir postos de trabalho e, ao mesmo tempo, dar resposta à atual necessidade de produtos de proteção individual", a Borgstena prevê atingir em julho uma capacidade para fabricar mensalmente 12 millhões de máscaras cirúrgicas, três milhões de máscaras FFP e 200 mil modelos reutilizáveis, que já foram certificadas pelo CITEVE, o centro tecnológico do setor.

 


Com unidades industriais também na República Checa, Roménia, Brasil, China e Malásia, a companhia sueca de tecidos para a indu´stria automo´vel pertence desde 2017 aos coreanos da Dual, que em 2017 chegou a acordo com os acionistas da Borgstena Sweden AB para a venda da maioria das ac¸o~es ao grupo sediado em Seul e que é um dos maiores fornecedores da Hyundai e da Kia a nível global.

Da PSA à indústria portuguesa
 

Outros grupos automóveis estão a produzir máscaras cirúrgicas depois do surgimento do novo coronavírus. É o caso da PSA (Peugeot, Citroën e Opel), liderada por Carlos Tavares, que já anunciou para agosto o arranque da operação na fábrica de Mulhouse, em França. que terá uma linha automatizada e dedicada em exclusivo a estes produtos, que serão utilizados pelos funcionários do grupo e por organizações que combatem a doença.

 

Primeiro por voluntarismo e depois pela oportunidade de negócio e por necessidade, centenas de indústrias do têxtil e do vestuário, desde o fio à confeção, responderam ao desafio da produção de máscaras contra a pandemia, travando a perda de vendas e de empregos, e estão já a preparar a exportação para clientes de moda e do desporto.

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