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Sonae Indústria apresenta prejuízo cinco vezes maior no primeiro trimestre

O volume de negócios da empresa de aglomerado de madeira caiu 10% nos primeiros três meses do ano mas foi no lado operacional que sentiu uma maior queda, com o EBITDA a resvalar 46%. O prejuízo da Sonae Indústria chegou aos 16 milhões de euros.

Paulo Duarte
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A Sonae Indústria apresentou, nos primeiros três meses do ano, um prejuízo cinco vezes superior ao reportado no período homólogo.

 

O resultado líquido da empresa dirigida por Rui Correia, desde que Belmiro de Azevedo abandonou a gestão executiva da mesma para ficar apenas como "chairman", foi de 16 milhões de euros negativos, que comparam com os 3 milhões entre Janeiro e Março do ano passado.

 

“Esta redução está directamente relacionada com a redução de actividade das operações de Europa e com um aumento do valor dos encargos financeiros líquidos”, adianta a Sonae Indústria no comunicado emitido esta quinta-feira, 9 de Maio, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa encerrou, no ano passado, unidades no Reino Unido e em Espanha.

 

Nesse documento, o CEO Rui Correia sublinhou que, além de ser uma consequência dos encerramentos referidos, a deterioração do prejuízo deveu-se a um “contexto económico difícil que afectou a indústria do mobiliário e dos efeitos sazonais, como o período da Páscoa”.

 

O volume de negócios consolidado da empresa de conglomerados de madeira cedeu 10% ao passar de 353 milhões de euros, no primeiro trimestre do ano passado, para 318 milhões de euros, no mesmo período deste ano.

 

Em relação aos custos, os fixos caíram 8,7% no primeiro trimestre de 2013, enquanto os variáveis unitários ascenderam cerca de 1%. A explicar a redução dos custos fixos esteve a diminuição do número de colaboradores que a empresa diz estar relacionada com o encerramento das unidades - houve lugar a despedimentos. Eram 4.408 colaboradores no final do ano, trabalhavam na Sonae Indústria 4.295 funcionários em Março.

 

EBITDA e margem deterioram-se

 

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) fixou-se nos 16 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que reflecte uma quebra de 46% face ao mesmo período do ano anterior. Os custos com despedimentos na unidade de Solsona, em Espanha, pesaram neste indicador, aponta a empresa no comunicado.

 

“O EBITDA recorrente foi de 20 milhões de euros [quebra de 37%], o que resultou numa margem EBITDA recorrente de 6,3% (em percentagem do volume de negócios)”, indica a empresa, acrescentando que a “deterioração da margem é o resultado das actuais condições adversas que se fazem sentir na Europa, parcialmente compensadas por um melhor desempenho das operações do Canadá e da África do Sul”.

 

Os prejuízos da Sonae Indústria deveram-se, também, ao aumento de 18% dos encargos financeiros líquidos para 15 milhões de euros. A dívida líquida caiu 2% para 695 milhões de euros.

 

Canadá e África do Sul ajudam futuro

 

A empresa, presente na Península Ibérica, França e Alemanha, espera recuperar alguma rentabilidade nos próximos meses, dado que antecipa “que os custos variáveis estabilizem ou reduzam, consequência do comportamento sazonal dos preços da madeira”, e também devido ao seu “contínuo enfoque na optimização das eficiências industriais”.


O contributo positivo deverá continuar a vir de fora da Europa, com as operações do Canadá e de África do Sul, espera o conselho de administração da Sonae Indústria.

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