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Siemens Gamesa compra fábrica de pás eólicas em Vagos

A fabricante alemã de turbinas eólicas anunciou a aquisição de vários ativos do grupo Senvion por 200 milhões de euros, incluindo a unidade industrial Ria Blades, que emprega mais de 700 pessoas no distrito de Aveiro.

Maíra Aço
21 de Outubro de 2019 às 08:55
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Está confirmada a mudança de mãos da Ria Blades, uma produtora de pás eólicas que emprega mais de 700 pessoas em Vagos e cujo volume de produção estava em forte quebra desde a entrada em insolvência do grupo Senvion, sediado em Hamburgo e controlado pelo fundo Centerbridge.

 

A Siemens Gamesa anunciou esta segunda-feira, 21 de outubro, ter chegado a um acordo para a compra de um conjunto de ativos por 200 milhões de euros. Além da fábrica portuguesa, abrange "grande parte do negócio europeu de serviço onshore e todos os ativos e operações que lhe estão associados para fornecer um serviço completo, e toda a propriedade intelectual da Senvion".


A metalomecânica localizada no distrito aveirense, fundada há 12 anos e liderada atualmente por Paulo Silva, "vai ajudar a fortalecer a cadeia de valor industrial" da nova dona alemã e "reduzir a dependência do fornecimento da Ásia, mitigando a volatilidade numa altura de incertezas" provocadas pela guerra comercial.

 

"Esta infraestrutura altamente competitiva é completar à capacidade existente na SGRE [Siemens Gamesa Renewable Energy], tem recursos operacionais de topo e vai ajudar a apoiar as vendas internacionais", lê-se numa nota divulgada pelo grupo alemão, que levou a melhor sobre outras interessadas, como a dinamarquesa Vestas, que em 2018 investiu dez milhões de euros para concentrar em Matosinhos o desenho dos serviços e dos produtos para o mercado global.

Segundo os dados divulgados pelo Expresso, relativos a 2017, a Ria Blades faturou 114,7 milhões e lucrou quase 11 milhões de euros, registando capitais próprios de 31 milhões de euros e empregando nessa altura mais de 1.300 pessoas. A fábrica fez parte do projeto industrial de componentes apresentado pelo consórcio Ventinveste (Galp, Martifer, Repower e Efacec) para ganhar a Fase B do concurso eólico lançado pelo Executivo de José Sócrates.

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Os funcionários da fábrica de Vagos vão passar para os quadros da Siemens Gamesa, tal como os restantes envolvidos neste acordo, num total de cerca de duas mil pessoas, que exclui as outras unidades da Senvion na Alemanha, Polónia e Índia. A transação, que é descrita como "um importante passo em frente" pelo CEO, Markys Tacke, está ainda dependente da aprovação das entidades de regulação e de negociações finais, mas deverá estar totalmente fechada até março de 2020.

 

A fábrica de pás [eólicas em Portugal] vai ajudar a mitigar os riscos numa fase em que o ambiente comercial é difícil. Markys Tacke, ceo da siemens gamesa

O executivo que lidera a compradora alemã sublinha que "a incorporação dos ativos de serviço vai ajudar a impulsionar o crescimento num segmento-chave de mercado e acrescentar uma importante capacidade na Alemanha e noutros importantes mercados europeus, enquanto a fábrica de pás vai ajudar a mitigar os riscos numa fase em que o ambiente comercial é difícil". "Estamos a trazer boas pessoas e bons negócios para a nossa empresa e isso é uma vitória para todas as partes envolvidas", concluiu Markus Tacke.


(notícia atualizada pela última vez às 9:50 com declarações do CEO)
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