Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Portugal fraqueja menos do que Itália na queda mundial de calçado

A produção mundial de calçado caiu 6% no ano passado, para 22,4 mil milhões de pares, o mínimo da década, se excluirmos os anos pandémicos de 2020 e 2021, com a Ásia a fabricar 9 em cada 10 pares de sapatos. A China produz mais de metade.

Tim Chong/Reuters
30 de Julho de 2024 às 11:30
  • ...

A nível mundial, o preço médio de exportação de calçado atingiu 12 dólares em 2023, representando um aumento de 3,2% face ao ano anterior, num ranking que continua a ser liderado por Itália (66,6 dólares), seguido de Portugal (27,7 dólares).

 

Em termos de volume, em 2023 Portugal  produziu 81 milhões de pares de calçado, o que traduz uma queda de 3,6% em relação ao ano anterior, mas que volta a revelar um melhor desempenho do que Itália, que perdeu 8,6% para 148 milhões de pares.

 

"Com efeito, nos últimos dez anos, a produção italiana recuou 26,7% (de 202 milhões de pares produzidos em 2013 para 148 no último ano), enquanto a portuguesa aumentou 8% (de 75 milhões de pares em 2013 para 81 em 2023)", realça a associação portuguesa do setor (APICCAPS), num comunicado em que detalha o último World Footwear Yearbook (WFY).

 

Contas feitas, Portugal subiu dois lugares na tabela e é agora o 18.º maior produtor mundial de calçado, ocupando a mesma posição entre os maiores exportadores – em valor, os 1.988 milhões de dólares gerados nos mercados externos corresponde a uma quota de 1,2% das exportações mundiais, o que lhe dá o 13.ª lugar no ranking global.

De acordo com a publicação estatística de referência neste setor, a produção mundial de calçado caiu 6% em 2023, para 22,4 mil milhões de pares, o mínimo na década, se excluirmos os anos pandémicos de 2020 e 2021.

 

"A indústria do calçado continua fortemente concentrada na Ásia, onde são fabricados quase 9 em cada 10 pares de calçado, resultando numa quota de 87,1% do total mundial (que compara com os 87,4% do ano anterior)", destaca a APICCAPS, ressalvando que, "ainda assim, em 2023 a Europa recuou apenas 5% que compara com a perda de 7% no continente asiático".

Portugal tem sido "procurado por marcas de inegável prestígio a nível internacional"

 

"Ainda que o ano de 2023 tenha sido particularmente difícil para o setor do calçado a nível internacional, começam a verificar-se os primeiros sinais consolidados de ‘nearshoring’", sublinha o presidente da APICCAPS.

 

Para Luís Onofre, "é claramente um bom sinal para as nossas empresas que, mesmo num clima de grande exigência, continuam a investir e a procurar novas oportunidades de negócio", observando que, "nos últimos dois anos, o nosso país foi procurado por marcas de inegável prestígio a nível internacional, que procuram naturalmente um parceiro fiável, com uma grande qualidade produtiva, serviço de excelência e que está a apostar de forma continuada nas áreas da automação, digitalização e mesmo sustentabilidade". 

 

Seguindo as estatísticas trabalhadas pelo WFY, a China continua a perfilar-se como o maior produtor mundial de calçado, respondendo pelo fabrico de 12,3 mil milhões de pares em 2023 e capturando 55% da quota de mercado global, com a Índia a reforçar a sua participação, sendo agora responsável por 11,6% do total mundial.

 

O WFY avança que a queda na produção mundial está diretamente relacionada com a contração do consumo nos principais mercados mundiais, tendo os Estados Unidos (recuo de 749 milhões de pares), China (menos 398 milhões de pares) e União Europeia (perda de 399 milhões de pares) perdido, em conjunto, praticamente 1.500 milhões de pares.

Exportações com revés significativo

 

No ano passado, as exportações globais de calçado ascenderam a 14 mil milhões de pares, o que representa uma queda de 9,1% nos volume negociados em relação ao ano anterior. Em valor, a diminuição anual foi de 6,1%, para 168 mil milhões de dólares.

 

"No meio deste cenário desafiador, os países asiáticos consolidaram o seu domínio no comércio global de calçado, com a sua quota coletiva a aumentar para 84,6%, face aos 83,9% em 2022. Por outro lado, a quota da Europa contraiu ligeiramente para 12,8%", frisa a APICCAPS.

 

Nesta frente, com destaque reforçado, está a China, país de origem de 63,8% do total das exportações, acima dos 61,3% em 2022, com o Vietname a ocupar o segundo lugar, a grande distância (9,5%), seguido pela Indonésia (3,2%).

 

Em conjunto, ainda segundo o WFY, estes três países representam mais de três quartos das exportações mundiais de calçado.

Ásia também é o maior consumidor de calçado

 

O consumo global de calçado continua também a ser dominado pela Ásia, que representou mais de metade (54,7%) do total mundial, acima da quota registada no ano anterior, com a Europa e a América do Norte seguirem, respetivamente, com quotas de 13,9% e 13,4%.

 

A China mantém-se como o principal consumidor de calçado, apesar de a sua participação no total mundial tenha diminuído, situando-se agora em 17,1%.

 

"Pormaior" relevante: O consumo nos Estados Unidos registou uma redução significativa, com o país a perder a segunda posição alcançada no ano anterior e a trocar de lugar com a Índia.

 

A União Europeia, quando considerada como uma região, representa o terceiro maior mercado consumidor de calçado, com 1.948 milhões de pares consumidos em 2023, remata a APICCAPS com base nas estatísticas do WFY.

Ver comentários
Saber mais calçado pares sapatos portugal itália china world footwear yearbook apiccaps luís onofre
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio