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Parpública aumenta lucros em 18% para 183 milhões mas Inapa pesa nas contas
A entidade que gere as participações financeiras do Estado viu o resultado líquido disparar quase 18% no ano passado. Falência da Inapa representou perdas adicionais por imparidades de 8,7 milhões.
A Parpública obteve no ano passado um lucro de 183 milhões de euros, de acordo com o comunicado enviado esta sexta-feira à tarde à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este valor representa um aumento de 17,8% face aos 155 milhões de euros de 2022 e 34% comparativamente aos 137 milhões de 2021.
O grupo salienta que todos os segmentos de negócio apresentaram resultados positivos "num ambiente adverso" que trouxe "impactos na atividade e na dificuldade de acesso aos meios de produção, com o agravamento dos seus custos".
Por outro lado, o endividamento consolidado do grupo foi reduzido de 2 mil milhões para 1,6 mil milhões de euros, "decorrente da redução de 130 milhões de euros na Holding Parpública e da redução de 254 milhões de euros no Grupo ADP".
Falência da Inapa pesa nas contas
Apesar dos resultados obtidos, a Parpública reconheceu perdas adicionais por imparidades com a Inapa de 8,73 milhões de euros no ano passado. A entidade que gere as participações do Estado inscreve, aliás, um total de 18,99 milhões de euros - o total investido na aquisição de ações da Inapa - como imparidades na distribuidora de papel, indica ainda o relatório e contas.
A Parpública sublinha que teve de rever as contas de 2023 para ter em conta a falência da Inapa. Recordando que, em 21 de julho de 2024, a Inapa "comunicou ao mercado quais os impactos imediatos que a apresentação à insolvência da Inapa Deutschland terá na Inapa IPG, bem como a deliberação do Conselho de Administração da Inapa IPG sobre a apresentação da Inapa IPG à insolvência nos termos da lei portuguesa", a Parpública salienta que "as contas relativas ao exercício de 2023 ainda não tinham sido aprovadas pelo Conselho de Administração", pelo que "este acontecimento configura um dos que origina ajustamentos após a data de relato".
"A cotação da ação com referência a 31 de dezembro de 2023 ainda não refletia a expectativa de perda por parte dos investidores, consubstanciando-se a necessidade de reforçar a imparidade relativa à participação que a Parpública detém no capital social da INAPA IPG", clarifica ainda a Parpública, que controla 44,89% da empresa de papel.