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Navigator diz ter" posição confortável para remunerar acionistas" este ano
O CEO da produtora de pasta e papel, que em maio suspendeu o pagamento de dividendos, diz agora que o grupo está numa posição financeira confortável para "remunerar adequadamente os accionistas". António Redondo admite uma distribuição de reservas este ano, assim seja convocada uma assembleia geral para o efeito.
O presidente executivo da The Navigator Company, António Redondo, afirmou esta quinta-feira, na conferência telefónica com analistas para a apresentação dos resultados do terceiro trimestre, que depois destes nove meses de atividade a empresa "está numa posição financeira confortável para remunerar adequadamente os seus acionistas".
Devido à pandemia, o grupo decidiu em maio cancelar o pagamento de 99 milhões de euros em dividendos, tendo transferido o valor para reservas livres. Em janeiro a Navigator chegou a distribuir quase 100 milhões de euros de reservas aos acionistas.
Aos analistas, António Redondo salientou esta quinta-feira que a pandemia levou a empresa a suspender em maio a distribuição de dividendos, tendo o grupo tido de recorrer ao lay off simplicado e reduzido a produção devido à queda da procura de papel.
No entanto, recordou, "dissemos que mesmo sob o mais adverso cenário devido ao impacto da pandemia a empresa deve manter a capacidade de distribuir reservas". Por essa razão, disse que neste momento "a Navigator confirma estar numa posição financeira confortável para remunerar os seus acionistas".
O CEO do grupo frisou ainda que uma distribuição adicional de reservas – além da que foi feita em janeiro – "pode ser considerada até final do ano assim haja uma proposta de acionistas sobre esse tema", já que para ocorrer essa distribuição tem de ser convocada uma assembleia geral a pedido dos acionistas.
A Navigator anunciou na terça-feira que registou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 75,2 milhões de euros, o que revela uma quebra de 49% face aos 147,5 milhões apresentados no mesmo período de 2019.
No entanto, do segundo para o terceiro trimestre, o grupo registou uma recuperação da atividade, com crescimentos de 20% do volume de negócios para 348 milhões de euros, e de 36% do EBITDA para 70 milhões. Também o resultado líquido entre julho e setembro atingiu os 31 milhões de euros, aumentando 133% em relação ao trimestre anterior (quando foi de 13,4 milhões).