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Marcelo e Costa visitam empresa acusada de querer despachar trabalhadores

O Bloco de Esquerda acusa a Flex2000, a segunda maior produtora de espumas da Europa, com fábrica em Ovar, que reduziu o seu efetivo em 60 pessoas, de mandar para casa trabalhadores em férias “forçadas” e depois os pressionar “para assinarem a rescisão por mútuo acordo”.

Fábrica de espumas Flex2000, em Ovar.
22 de Maio de 2020 às 15:20
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O Presidente da República e o primeiro-ministro vão na tarde desta sexta-feira, 22 de maio, visitar a fábrica da Flex2000 em Ovar, que se apresenta como a segunda maior fábrica de espumas da Europa, produzindo para indústrias variadas, como a automóvel, de mobiliário ou colchões.

Acontece que, numa pergunta formal enviada ao Governo, que deu hoje mesmo entrada no Parlamento, o Bloco de Esquerda questiona o Governo sobre as alegadas más práticas laborais existentes na Flex2000, a qual, garante, recentemente reduziu em cerca de 60 o número de trabalhadores.

"A empresa tinha ao seu serviço cerca de 250 trabalhadores, mas tem mandado para casa vários trabalhadores em férias ‘forçadas’, alegando falta de encomendas. Quando estes esgotam os dias de férias regressam e são pressionados para assinarem a rescisão por mútuo acordo", relata o Bloco de Esquerda.

Recordando que esta empresa foi "condenada no passado pela Autoridade da Concorrência por prática de cartel", enfatiza que a Flex2000 faz parte do universo Cordex, "um grupo que tem crescido a dois dígitos e tem faturado centenas de milhões de euros por ano, mas que obriga os trabalhadores a regimes de trabalho de intensa exploração", acusa.

"Por exemplo, obrigando os trabalhadores a compensar os 30 minutos diários para alimentação, o que faz com que tenham que trabalhar duas manhãs de sábados de graça", insurge-se.

De resto, o partido liderado por Catarina Martins adianta que, "para além dos 60 trabalhadores que já mandou embora", a Flex2000 "pretende continuar a reduzir o número de trabalhadores através de rescisões por mútuo acordo, mas sempre com forte pressão sobre os trabalhadores para que estes aceitem estes ‘acordos’ de rescisão", denuncia.

Face a esta situação, o Bloco de Esquerda pretende que o Governo responda sobre "se tem conhecimento desta redução de trabalhadores nesta empresa", se sabe "o motivo desta redução do número de trabalhadores na empresa Flex2000" e se tem "conhecimento que esta empresa se prepara para reduzir ainda mais o número de trabalhadores nos seus quadros".

Duas questões adicionais: "Sabe o Governo informar se esta empresa recorreu recentemente a apoios do Estado?" E "o governo sabe informar se esta empresa nos últimos cinco anos foi alvo de alguma acção inspectiva por parte da Autoridade para as Condições de Trabalho? Se sim, quais as conclusões dessas acções inspectivas?"
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