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Lucros da Sumol+Compal descem 12,4% em ano de vendas recorde em Portugal
A fiscalidade em Portugal e a actividade em Angola são motivos de preocupação para a empresa de refrigerantes.
A Sumol+Compal fechou o exercício de 2017 com um resultado líquido de 9,2 milhões de euros, um valor que representa uma queda de 12,4% face ao exercício anterior e que a companhia fabricante de refrigerantes justifica com "o impacto de 0,3 milhões de euros resultante da aplicação, no exercício de 2017, do IAS 29* que considera a economia angolana como hiperinflacionária".
O volume de negócios aumentou 0,1% para 356,1 milhões de euros. A Sumol+Compal atingiu um total de 347,7 milhões de euros em vendas, com as vendas em Portugal a crescerem 2,3% para os 251,7 milhões de euros, "o que constitui um novo máximo histórico da empresa".
No negócio internacional, que representa 27,6% do total, as vendas desceram 4,2% para 96 milhões de euros, uma queda que a empresa justifica com "a performance no mercado angolano" onde as vendas líquidas baixaram 10,3% para 60,6 milhões de euros. Em contrapartida, a actividade em Moçambique aumentou 27,6% para 5,7 milhões de euros.
Em 2017 a Sumol+Compal vendeu para mais de 70 países e realizou um investimento de 9,5 milhões de euros. A empresa atingiu um EBITDA de 48,3 milhões de euros, o que representa uma queda de 7,4% e uma margem de 13,6%.
A dívida líquida desceu ligeiramente para 225,5 milhões de euros, o que representa 4,7 vezes do EBITDA.
A empresa que assume ser líder em Portugal no mercado de bebidas não alcoólicas "registou um desempenho positivo no exercício de 2017, apesar de algumas condicionantes nos mercados, como foi o impacto do Imposto Especial de Consumo às bebidas adicionadas de açúcar, havendo a destacar os comportamentos positivos tanto da actividade nacional, como na generalidade dos mercados externos em que estamos presentes", refere o CEO Duarte Pinto citado em comunicado.
Nas perspectivas para este ano, a empresa de refrigerantes diz que existem dois factores de "elevada incerteza" que, no curto e médio prazo, "condicionarão bastante o desenvolvimento do negócio", pelo que "entendemos não ser aconselhável a divulgação da previsão da evolução do volume de negócios e da rendibilidade operacional".
O primeiro factor está relacionado com razões fiscais, "designadamente um aumento injusto e injustificado da carga fiscal imposta às bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes, que compõem o portfólio de produtos" da companhia.
O segundo factor está relacionado com a actividade em Angola, pois a empresa "só manterá e desejavelmente aumentará o seu volume de negócios se conseguir obter divisas para pagar os fornecimentos de matérias-primas, materiais de embalagem, equipamentos ou serviços que são críticos para o funcionamento da empresa e que não estão disponíveis localmente".