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Lucros da Navigator caem 37,9% até março

Em abril as vendas de papel diminuíram 22% face ao mês homólogo, afirmando  o grupo aguardar com expectativa o apoio governamental nacional à abertura de linhas de crédito para incentivar a exportação.

Rui Minderico
20 de Maio de 2020 às 19:50
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A The Navigator Company anunciou esta quarta-feira ter registado no primeiro trimestre deste ano um resultado líquido de 30,6 milhões de euros, um recuo de 37,9% face ao período homólogo de 2019, quando obteve lucros de 49,3 milhões de euros.

 

No primeiro trimestre o investimento realizado pelo grupo ficou-se pelos 22,7 milhões de euros. Já a dívida líquida remunerada aumentou para 799,5 milhões de euros.

 

As vendas totais do grupo recuaram, até março, 3,8% para 405,8 milhões de euros, tendo o EBITDA descido 15,7% para 88,4 milhões. 

 

Na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, que estava anteriormente prevista para 25 de maio, o grupo adianta que nestes três meses registou o "segundo melhor nível de sempre de carteira de encomendas de papel para este período", tendo o impacto da pandemia começado a reflectir-se a partir de meados de março.

 

Em termos operacionais, a Navigator registou um aumento das vendas de 4% no papel, de 34% na pasta e de 10% no tissue.

 

A empresa refere ainda que a "partir de meados de março com a implementação do "estado de emergência", em diversos países destino das exportações do grupo, e das consequentes medidas estritas de confinamento, verificou-se uma significativa redução de atividade económica nos principais mercados do grupo, com impacto directo na actividade dos seus clientes e no consumo global de papel".

 

A diminuição de encomendas, sem precedentes, registada desde o final de Março forçou a Navigator a suspender parcial e temporariamente a produção de papel a partir de 22 de Abril, por um período estimado inicialmente de cerca de 30 dias, mas que esta quarta-feira anunciou já que terá lugar até ao fim de junho.

 

Na apresentação dos resultados, o grupo sublinha que, num contexto de queda do preço da pasta (em 31%) e do preço do papel (de 5,5%), o trimestre ficou marcado pela evolução positiva da generalidade dos gastos de produção, variáveis e fixos, tendo os gastos fixos ficado cerca de 6 milhões abaixo do primeiro trimestre de 2019.

 

Os custos financeiros situaram-se em 6,1 milhões, o que revela um agravamento de 2,2 milhões, "decorrente essencialmente da variação dos juros obtidos com aplicações financeiras, que registaram uma evolução claramente negativa devido ao impacto da covid-19 no desempenho dos mercados financeiros em março", explica a empresa, acrescentando que "em sentido contrário, as coberturas de câmbio e as variações cambiais tiveram um resultado claramente positivo".

 

Quanto às perspetivas para 2020, a empresa refere que até ao momento, o volume vendido está em linha com o que foi inicialmente projetado ainda em março, tendo o volume de vendas de papel de impressão e escrita em abril diminuído 22% face ao mês homólogo,  enquanto a queda conjunta dos quatro primeiros meses do ano em comparação com 2019 é de apenas 2%.

 

A Navigator salienta, no entanto, que no segundo trimestre "as vendas do grupo podem ser condicionadas pelo anúncio de reduções dos plafonds de cobertura de seguro de crédito a importantes clientes, nas áreas de negócio de papel, pasta e tissue". Nesse quadro, diz aguardar "com expectativa o apoio governamental nacional à abertura de linhas de crédito para incentivar a exportação, à semelhança do que outros países na União Europeia já fizeram, designadamente Alemanha e França, em defesa das suas empresas exportadoras".

 

No primeiro trimestre o investimento realizado pelo grupo ficou-se pelos 22,7 milhões de euros. Já a dívida líquida remunerada aumentou para 799,5 milhões de euros.

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