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Cortes de produção da Navigator podem ir além de junho, diz CaixaBank/BPI

A empresa portuguesa anunciou cortes de produção até ao final de junho deste ano, mas tendo em conta o encerramento de muitos serviços, os analistas do banco de investimento olham para uma extensão deste prazo.

Navigator
21 de Maio de 2020 às 11:43
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A The Navigator Company anunciou cortes de produção de papel e de pasta de papel até ao final de junho deste ano, para se ajustar à queda da procura. Contudo, com grande parte das escolas e das empresas a retomarem a atividade apenas a partir de setembro, é provável que a empresa liderada por António Redondo seja obrigada a alargar o prazo de redução para lá do previsto, segundo os analistas do CaixaBank/BPI.

Numa nota de "research" divulgada nesta quinta-feira, na ressaca da apresentação dos resultados trimestrais, o banco de investimento vê como forte hipótese "as extensões de cortes de produção para lá de junho", dadas as atuais circunstâncias. 

Para chegar a esta conclusão, os analistas do banco espanhol assumem uma redução para 75% da capacidade da divisão de produção de papel - o que representaria uma queda de 20% nos volumes de papel face aos níveis ditos normalizados - e uma contínua queda dos preços do papel UWF para os 800 euros por toneladas até setemebro, mantendo-se depois neste patamar até ao final do ano.

Se tal cenário se verificar, podemos assistir a uma queda de 25% no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2020, asseguram. 

Uma diminuição de encomendas, sem precedentes, registada desde o final de março forçou a Navigator a suspender parcial e temporariamente a produção de papel a partir de 22 de abril, por um período estimado inicialmente de cerca de 30 dias, mas que esta quarta-feira anunciou já que terá lugar até ao fim de junho.

"Estimamos que a atual redução em vigor até ao final de junho possa representar um corte de mais de 120 mil toneladas de volumes de papel, o que representa 7% da produção total da empresa", pode ler-se na nota do CaixaBank/BPI.

 

Na apresentação dos resultados, o grupo sublinha que, num contexto de queda do preço da pasta (em 31%) e do preço do papel (de 5,5%), o trimestre ficou marcado pela evolução positiva da generalidade dos gastos de produção, variáveis e fixos, tendo os gastos fixos ficado cerca de 6 milhões abaixo do primeiro trimestre de 2019.

Ontem, a Navigator anunciou uma queda homóloga 37,9% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano para os 30,6 milhões de euros. Para além disso decidiu cancelar o pagamento de 99 milhões de euros em dividendos aos acionistas, optando por transferir a remuneração prevista de 100 milhões de euros para reservas livres.

Hoje, as ações da empresa abriram a desvalorizar 4,86% para 2,152 euros, tendo chegado a cair um máximo de 5,75% para 2,132 euros. Desde o início do ano a cotada desvaloriza 34,93%.

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