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Lucro da Altri recua 76% para 28 milhões com queda dos preços

A Altri registou até setembro uma quebra no resultado líquido para 28 milhões de euros e nas receitas para 600 milhões. O grupo diz que o impacto positivo que já sente nos preços na Europa reforça a perspetiva positiva para o final do ano e para 2024.  

José de Pina
Peter Spark
16 de Novembro de 2023 às 17:33
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A Altri registou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 28,2 milhões de euros, o que revela uma quebra de 76% face aos 117,6 milhões apresentados no mesmo período de 2022.

Em comunicado, a produtora de pasta de papel adianta que as receitas totais somaram 601 milhões, 25,4% abaixo dos 805,9 milhões gerados há um ano, o que justifica com a quebra de preços, "num contexto de destocking na Europa". 

O grupo diz, contudo, que apesar do mercado europeu e norte-americano continuarem a demonstrar algum abrandamento, "assiste-se a uma forte procura da China", sendo que "os sucessivos aumentos de preços no mercado chinês estão a ter impacto positivo nos preços na Europa", o que reforça "a perspetiva positiva para os últimos meses deste ano e para 2024".

Citado no comunicado, o CEO da Altri, José Soares de Pina, salienta que "o mercado das fibras celulósicas atravessa, em 2023, um ajustamento no seu ciclo, com inevitáveis impactos face à tendência seguida nos últimos anos". Ou seja, "menor procura leva invariavelmente a preços mais baixos, num contexto inflacionista que, obviamente, tem tido impacto nos players deste setor", diz.

Ainda assim sublinha que a Altri "chega ao final dos primeiros nove meses com níveis de produção elevados, superando as 780 mil toneladas de fibras celulósicas (um recuo de 8,3% em termos homólogos), e com vendas que excedem as 810 mil toneladas".

A Altri aponta na apresentação de contas que as vendas "recuperaram em relação ao primeiro semestre, reforçando o sentimento de que o processo de destocking na cadeia estará essencialmente concluído". Só no terceiro trimestre, o volume de vendas de pasta cresceu 3,9% face ao trimestre anterior, assim como em termos homólogos, adianta.

O grupo refere ainda que "desde o início de 2023 que assistimos a uma redução dos principais custos variáveis" e que essa redução se deve essencialmente "à normalização dos preços de eletricidade e gás natural, consequente redução do preço dos químicos, descida dos fretes marítimos e menor procura de madeira por outros setores".

No entanto, refere que "apesar da evolução favorável ao nível dos custos, esta não foi suficiente para fazer face à redução de preços no mercado, acabando por levar a uma evolução negativa ao nível do EBITDA", que no acumulado do ano atingiu os 97,5 milhões de euros, menos 56,3% face a setembro de 2022.

 

Já a margem de EBITDA reduziu-se para 16,2% (uma quebra de 11,5 pontos percentuais).

Por seu lado, o investimento acelerou para 51,6 milhões de euros nos primeiros nove meses, o que compara com 34,8 milhões no período homólogo, com destaque para a nova caldeira de biomassa, em fase de últimos testes, na Caima.

O grupo diz ainda que continua a desenvolver o projeto Gama com a intenção de tomar uma decisão final de investimento no curto prazo.


Apesar do aumento do investimento, a dívida líquida do grupo diminuiu para 391,4 milhões de euros, o que equivale a um rácio de dívida líquida/EBITDA de 2,2x.

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